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28
out
2013

Eu e o diabetes


EU E O DIABETES
28/10/2013



Apesar de conviver indiretamente com o Diabetes há mais de dez anos (pois meu pai e toda a família por parte dele são portadores dessa doença), sempre me vi distante dela. É um grande clichê, mas sempre pensei: “nunca acontecerá comigo”. Nunca fui chegada a doces, nem chocolate e achava que a doença era proveniente do consumo excessivo de coisas com açúcar.

Para minha surpresa e desespero, aos 38 anos, me descobri diabética. Foi um grande choque! A primeira reação foi negar: “impossível, eu não gosto de doces, uso adoçante desde os dezoito anos”. Foi quase uma semana de choro e tentativa de entender como aconteceu. Minha visão estava afetada, cada dia enxergava menos e pensava que fosse ficar cega. Meu açúcar estava em 390. Sempre andou pela casa dos 89 / 90. E eu bebia e fumava. Justamente quando estava, há anos, sem esses vícios (graças a Deus), aparece a doença.

Passado o momento de desespero, resolvi buscar informações sobre o que significa realmente ser diabético (tudo isso antes de ver um médico). Consegui “um anjo” que me emprestou seus óculos que me ajudaram momentaneamente. Vasculhei internet e bancas de revista a procura de informações. E descobri que a quantidade de açúcar ingerida não tem nada a ver com a doença.

A grande questão aqui não é o consumo, mas a queima do açúcar. Quando o pâncreas não funciona de maneira adequada ele não consegue transformar em energia o açúcar ingerido, aumentando assim os níveis de glicose no sangue.

Finalmente, procurei um médico. Primeiro, foi à um oftalmologista. Minha grande preocupação era parar de enxergar. Ele me recomendou um endrocnologista. Esse me encaminhou para exames (meu nível de glicose já havia abaixado, pois, no desespero, parei de comer), estava em torno de 200. Passei a usar medicamente e, em um mês, tudo estava normalizado. Nunca mais tive alteração. Vou regularmente ao médico e faço exames. Mas, tive que abrir mão de tudo o que gostava de comer. E só então entendi como é dura a vida de meu pai. Ser privado do que se gosta para sobreviver parece injusto, mas é preciso.

Cortei massas (principalmente pizza, que saudade), gordura (hamburguer), fritura (acarajé, comia dois, três de vez), sorvete, suco em caixa (consumia demais). Água sempre consumi bastante. Passei a consumir mais coisas integrais e diets. Frutas em poções limitadas (principalmente manga e uva), legumes e verduras com delimitações de acordo com o grupo. E, em meio à adaptação à nova forma de vida, descobri outro dilema para os portadores dessa doença (que, esqueci de dizer, não tem cura, tem controle): o preço alto e a dificuldade de encontrar produtos para diabéticos.

Engraçado nosso país, as coisas para doença são remédios e deveriam ter um preço mais accessível. Só que o oposto acontece: são duas, três vezes mais caras. Com os três reais que você compra um acarajé com refrigerante é impossível comprar um sanduiche natural com um suco de laranja (sem açúcar). Só o sanduiche fica em torno de sete reais. Isso nos lugares mais populares.

Mesmo quando o problema não é o dinheiro, a dificuldade de encontrar os produtos é grande. Eu, por exemplo, uso um chá (Feel Good) que só encontro em uma rede de supermercados. Quando faço compras, procuro levar de dez a doze caixas para passar o mês, pois é possível não encontrar o produto no mês seguinte.

Diabetes mellitus é o nome dessa doença que muda tanto a vida das pessoas que a adquirem. Ela pode apresentar-se em dois tipos:
1 Tipo I – “Destruição das células beta do pâncreas, usualmente levando à deficiência completa de insulina”, que ocorre nesse órgão;
2 Tipo 2 – “Graus variados de diminuição de secreção e resistência à insulina”.

Existe ainda o diabetes gestacional, que é quando o aumento da insulina ocorre durante o período de gestação.

Essa doença pode causar amputação (principalmente dos membros inferiores), cegueira e até morte. Por isso, deve ser tratada com a devida atenção que ela merece.

O mercado (finalmente) está olhando com mais atenção para as pessoas que portam essa doença e cada vez mais aumentam os produtos para que os diabéticos possam levar uma vida mais próxima do normal. Hoje, já é possível encontrar: arroz integral, macarrão integral e uma grande variedade de produtos dietes: doces, chocolates, sucos, biscoitos, sorvetes, patês, geleias, iogurtes, barra de cereal, granola, pudim, gelatina, bolo, farinha de trigo, cocadas, goiabadas, refrigerantes (tenho minhas ressalvas quanto a eles).

Deixo aqui uma relação de produtos que uso e recomendo. Eles apresentam variações de preço não muito grande (considero todos caros se comparados aos produtos “normais”), mas, para quem anda sempre atento, é possível encontrar promoções (já encontrei produtos de sete reais com o valor de três reais e poucos).

Uso e recomendo:
Chás – Feel Good (branco, verde, laranja com gengibre, amora, lichia – caixas de um litro) e Ice Tea Zero (limão e pêssego - latinhas);
Achocolatados – New choco diet e Gold premium sweet diet;
Suco – Ades zero (mas o melhor é o suco natural, só que quem trabalha o dia todo como eu tem dificuldade de encontrar na rua, só em shoppings);
Sobremesa – Pudim zero da Lowçucar, Cappucino deit da 3 corações, Sorvete Molico, Iogurte Molico firme, Geleia zero da Homemade;
Barra de cereal – Trio zero (diversos sabores, a maioria com chocolate) e Nutry diet e Ritter barra de cereais zero adição de açúcar (também diversos sabores);
Biscoito – Doce vida zero açúcar (morango, baunilha e chocolate), Biscoito diet da Gebereaud, Cookies integrais zero da Sentir bem (cappucino, futas cítricas, chocolate), Nesfit 3 cereais.

Existe uma infinidade de adoçantes. Prefiro seguir recomendação médica e meu paladar. Por isso, prefiro Finn (pó para levar na bolsa e líquido em casa). Ele é apresentado em três opções aspartame, sucralose e estévia. Eu procuro sempre varias, mas gosto dos três.

Que esse pequeno relato possa ajudar às pessoas que têm ou convivem com quem tem diabetes. É bom fazer exames regulares e estar atento a alguns sintomas:

  • Sede excessiva;
  • Sono e cansaço excessivos;
  • Aumento do apetite;
  • Aumento da vontade de urinar;
  • Visão turva.
Fé em Deus e força de vontade acima de qualquer coisa. A vida continua. Hoje, sei disso e vivo normal (só o bolso que reclama), mas a vida vale muito mais.

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