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Filme: Tiros em Columbine


Tiros em Columbine



Realmente, não foi “de graça” que esse material recebeu tantas premiações: 36 prêmios internacionais, inclusive o Oscar de Melhor Documentário no ano de 2003. Já havia assistido a algumas cenas pela internet, mas só agora pude fazer como eu gosto: comprar e assistir em casa (principalmente porque o achei por apenas R$ 9,99, nas Lojas Americanas).

Como quem não tem pretensão alguma, Moore inicia o documentário mostrando como é fácil o acesso a armamento nos Estados Unidos (determinado banco dá uma arma “de brinde” para quem abrir uma conta).

Ele vai se aprofundando ao longo do filme, mostrando tragédias que foram causadas por causa do acesso de jovens e crianças a armas de fogo e como é comum encontrar locais que vendam armas e munições para qualquer pessoa.

Aos poucos ele se centra no “massacre de Columbine” (organizado e executado por Dylan Keyblood e Eric Harris que, após matarem várias pessoas e ferirem outras, cometeram suicídio). Ele entrevista pessoas com diferentes pontos de vista sobre o excesso de armas nas sociedade e, mais precisamente, dentro das residências.

Traça um perfil comparativo dos Estados Unidos com o Canadá (e outros países) buscando desvendar o porquê de ambos os países terem livre acesso a armas, mas apenas nos Estados Unidos o índice de violência é excessivamente elevado.

Mostra que pessoas no Canadá chegam a dormir com suas portas abertas, são roubadas, mas não são assassinadas. O índice de “violência armada” no país não é proporcional ao seu “arsenal”.

Além das maravilhosas entrevistas e amostras de fatos reais, há uma animação satírica que se dispõe a “explicar” a causa de tanta hostilidade por parte dos norte americanos. Essa animação foi produzida pelos mesmos responsáveis de South Park (não gosto de South Park, portanto fiquei impressionada com o material que eles produziram). Questões como racismo, desigualdade social, violência excessiva, uso exagerado de armas de fogo, intolerância são abordados.

Michael Moore finaliza o documentário de forma bastante polêmica: primeiro, dirige-se com dois sobreviventes do “massacre de Columbine” (um que ficou paraplégico e outro que permanece com balas alojadas no corpo) à K-Mart (loja de departamentos que vendia armas e munições) para pedir que as munições deixem de ser vendidas tão livremente no local. Eles conseguem uma grande vitória.

Moore realiza, ainda, uma entrevista com um grande partidário do uso indiscriminado de armas. Entrevista essa que não termina bem porque o entrevista não gosta de ser questionado sobre suas “preferências” de defesa. Ao final, é deixada em um canto da casa onde a entrevista foi realizada uma foto de uma das mais recentes (na época) vítimas de arma de fogo dentro de uma escola.

Quem espera encontrar detalhes sobre “Columbine” não perca tempo. O filme vai muito mais além. “Columbine” aparece como um pano de fundo, mas as questões abordadas são muito mais profundas.


Tiros em Columbine nos faz refletir sobre muitas coisas com as quais nos defrontamos em nossa sociedade. Gera um excelente ponto de partida para a questionamentos acerca de como as sociedades em geral estão doentes, intolerantes e despreparadas para sequer pensar sobre o uso de armas em residências como uma forma de defesa.

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