Fantástico!!!!!!! Essa é a palavra que poderia usar para definir esse
documentário e, certamente, não precisaria dizer mais nada. Bowling for
Columbine (Tiros em Columbine) é um documentário de Michael Moore, lançado em
2002 (EUA); mas, pela sua linguagem e pelas abordagens feitas, parece ser algo
bem atual.
Realmente, não foi “de graça”
que esse material recebeu tantas premiações: 36 prêmios internacionais,
inclusive o Oscar de Melhor Documentário no ano de 2003. Já havia assistido a
algumas cenas pela internet, mas só agora pude fazer como eu gosto: comprar e
assistir em casa (principalmente porque o achei por apenas R$ 9,99, nas Lojas
Americanas).
Como quem não tem pretensão alguma,
Moore inicia o documentário mostrando como é fácil o acesso a armamento nos
Estados Unidos (determinado banco dá uma arma “de brinde” para quem abrir uma
conta).
Ele vai se aprofundando ao
longo do filme, mostrando tragédias que foram causadas por causa do acesso de
jovens e crianças a armas de fogo e como é comum encontrar locais que vendam
armas e munições para qualquer pessoa.
Aos poucos ele se centra no “massacre
de Columbine” (organizado e executado por Dylan Keyblood e Eric Harris que, após
matarem várias pessoas e ferirem outras, cometeram suicídio). Ele entrevista
pessoas com diferentes pontos de vista sobre o excesso de armas nas sociedade e,
mais precisamente, dentro das residências.
Traça um perfil comparativo
dos Estados Unidos com o Canadá (e outros países) buscando desvendar o porquê de ambos os países
terem livre acesso a armas, mas apenas nos Estados Unidos o índice de violência
é excessivamente elevado.
Mostra que pessoas no Canadá
chegam a dormir com suas portas abertas, são roubadas, mas não são assassinadas.
O índice de “violência armada” no país não é proporcional ao seu “arsenal”.
Além das maravilhosas
entrevistas e amostras de fatos reais, há uma animação satírica que se dispõe a “explicar”
a causa de tanta hostilidade por parte dos norte americanos. Essa animação foi
produzida pelos mesmos responsáveis de South Park (não gosto de South Park,
portanto fiquei impressionada com o material que eles produziram). Questões
como racismo, desigualdade social, violência excessiva, uso exagerado de armas
de fogo, intolerância são abordados.
Michael Moore finaliza o
documentário de forma bastante polêmica: primeiro, dirige-se com dois
sobreviventes do “massacre de Columbine” (um que ficou paraplégico e outro que
permanece com balas alojadas no corpo) à K-Mart (loja de departamentos que vendia
armas e munições) para pedir que as munições deixem de ser vendidas tão
livremente no local. Eles conseguem uma grande vitória.
Moore realiza, ainda, uma
entrevista com um grande partidário do uso indiscriminado de armas. Entrevista
essa que não termina bem porque o entrevista não gosta de ser questionado sobre
suas “preferências” de defesa. Ao final, é deixada em um canto da casa onde a
entrevista foi realizada uma foto de uma das mais recentes (na época) vítimas
de arma de fogo dentro de uma escola.
Quem espera encontrar detalhes
sobre “Columbine” não perca tempo. O filme vai muito mais além. “Columbine”
aparece como um pano de fundo, mas as questões abordadas são muito mais
profundas.
Tiros em Columbine nos faz refletir
sobre muitas coisas com as quais nos defrontamos em nossa sociedade. Gera um
excelente ponto de partida para a questionamentos acerca de como as sociedades
em geral estão doentes, intolerantes e despreparadas para sequer pensar sobre o
uso de armas em residências como uma forma de defesa.
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