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22
fev
2014

Filmes que todo professor deveria assistir: Ensaio sobre a cegueira


Com o título original de Blindness (2008) é um filme baseado no livro de José Saramago (Ensaio sobre a cegueira). Produção conjunta de Brasil, Canadá e Japão (Andrea Barata Ribeiro, Niv Fichhman e Sonoko Skai), dirigida por Fernando Meireles.

Em uma cidade grande, um motorista japonês é “atacado” por uma cegueira instantânea bem no meio do transito. Ele é apenas o primeiro, pois, muito rapidamente, essa epidemia espalha-se por toda a cidade; levando as autoridades a tomarem uma atitude drástica: isolar todos que estão contaminados.

Mas, de nada resolve essa medida, já que a chamada “cegueira branca” (pois todos que a contraem enxergam apenas uma imensidão de branco) continua a evoluir indiscriminadamente: não há diagnósticos, paliativos, nem perspectiva de cura.

No entanto, as pessoas confinadas em quarentena passam a aprender uma nova maneira de viver: despindo-se de conhecimentos e preconceitos que possuíam, passam a redescobrir como viver e sobreviver nesse novo mundo brando.

Não existe mais moral, pudores, regras... Alianças são feitas e o suprimento das necessidades básicas torna-se prioridade.

Muita gente, pouca comida, as brigas começam a aparecer. Surge um grupo que quer controlar todos os outros. Eles tomam posse da comida e a usam para conseguir vantagem sobre os outros grupos. Se quiserem comer, eles têm que dar tudo o que possuem: inclusive suas mulheres para que o grupo satisfaça-se sexualmente.

Apenas uma pessoa não é contaminada: a esposa de um médico. E é ela, decidida a não se afastar do marido e indo para a quarentena com ele, que cuida do seu grupo, orientando-os e familiarizando-os com o lugar e com a situação em que se encontram.

Em uma tentativa desesperada para acabar com as explorações do “grupo dominante”, eles armam um plano de ataque, mas são surpreendidos pela atitude de alguém que chegou a seu limite (eles estavam vivendo em condições mais que precárias) e incendiou o local.

Só então percebem que não há mais guardas e que eles estão livres. Livres? Cegos, sem rumo, famintos grupos de cegos vagam pela cidade em busca de provisões, abrigo e segurança. A esposa do médico lidera seu grupo e o conduz para sua casa, permitindo que eles residam no local.

A tranquilidade de um lar, água, comida, cama, roupas limpas, tudo parece mágico. Eles, mesmo desprovidos de visão, enxergam a vida de uma maneira nova. Estão felizes. Aguçam outros sentidos, permitem-se sentir novas sensações, experimentam novas emoções.

O japonês, primeiro a perder a visão, começa a recobrá-la. Deixando todos na expectativa de que voltarão a enxergar, mas, certamente, sua visão não será mais a mesma.

Esse filme nos faz pensar muito sobre a vida, o “enxergar”, nossos medos, preconceitos. Assisti, pela primeira vez, há muito tempo atrás e, até hoje, quando o assisto, penso muito sobre muita coisa.


Fazem parte o elenco desse filme os atores: Julianne Moore (Os esquecidos, Jogos Vorazes, Corpo em evidência, Jurassic Park: o mundo perdido, Carrie - o remake), Mark Ruffalo (Colateral, Zodíaco, Truques de mestre, Os vingadores), Danny Glover (A cor púrpura, Máquina mortífera, Jogos Mortais 1, 2012), Alice Braga (Cidade de Deus, Cidade Baixa, Eu sou a lenda, Elysium), Gael Garcia Bernal (Diários de motocicleta, Cartas para Julieta, Babel).



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