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07
fev
2014

Filmes que todo professor deveria assistir: O sorriso de Mona Lisa

O sorriso de Mona Lisa


O que lecionar em uma turma em que, no primeiro dia de aula, já sabe todo conteúdo, pois havia lido e decorado a apostila nas férias? Mas, até que ponto ler e decorar apostilas significa ter um real conhecimento sobre “as coisas” e sobre o mundo?

Esse é o dilema com o qual se depara a professora Katherine Watson (Julia Roberts) ao ingressar, após muita luta, na escola feminina de Wellesley (Ensino Médio), para lecionar História da Arte, em 1953/1954.

Julia/Katherine


Se hoje ainda é possível encontrar escolas tradicionalistas (bem diferente de tradicionais), o que pensar dos anos 50?

A cultura de Wellesley era pautada nos cânones e, consequentemente, as aulas de História da Arte; desconsiderava e menosprezava a contemporaneidade. Nessa escola, as alunas eram preparadas para, após o Ensino Médio, seguirem a carreira de donas-de-casa, aprendendo coisas como: cultura canônica, idiomas, etiqueta, recepcionar pessoas. A visão é que não existia vida fora do casamento. Essa ideia já estava tão embutida nas alunas que o sonho da maioria era conseguir um marido em potencial.

Vivenciando problemas da escola e problemas em sua própria vida sentimental, Katherine busca, de todas as formas possíveis, transformar os conceitos e as ideias das alunas. Assim como busca transformar sua vida: ela quer ser feliz, mas quer que as coisas façam sentido, não aconteçam porque devem acontecer (casar porque se deve casar etc.).

Começa a trazer elementos da contemporaneidade para compor suas aulas e instigar o pensamento livre de suas alunas, que passam a despirem-se de conceitos a tanto enraizados e começam a descobrir que há muito mais na vida do que apenas o casamento e conceitos prontos: há muito que se viver e que se descobrir.

Para não fugir à regra de que há sempre “uma pedra no caminho”, existe Betty, a aluna rica, mimada, que se casa durante o ano letivo e tenta fazer das aulas e da vida de Katherine um inferno, com sua arrogância, prepotência e a certeza de que a mulher foi sim feita para casar e cuidar do lar e do esposo. Ela infernizava a vida das colegas, fofocando, delatando, metendo-se em tudo (“estou sendo sincera porque gosto de você”) e também escrevia para uma espécie de jornal local, o que a ajudava a espalhar seu “veneno”.

Sua postura e pensamentos são radicalmente modificados quando ela descobre que seu marido a está traindo. Sua mãe docemente a conforta, afirmando: “esse é o preço que temos que pagar”. Temos mesmo???? Somos, então, obrigadas a aceitar e fazer vista grossa às traições de nossos namorados, maridos e companheiros? Discussões desse tipo serão difíceis de serem evitadas após assistir esse filme.

Alguns consideram esse filme como a “versão masculina de A sociedade dos poetas mortos”. Eu não os comparo. Apesar de perceber muitas semelhanças entre eles, assim como em todos os que abordam diretamente a temática escola/educação escolar.

Mona Lisa Smile é um filme americano de 2003, dirigido por Mark Rosenthal, que tem no elenco, além de Julia Roberts, Kristine Dunst, como Betty Warren (O homem aranha 1, 2 e 3, Jumanji); Julia Stiles (A identidade Bourne, A supremacia Bourne, O ultimato Bourne, Dexter 5ª temporada, como Lumen Pierce), como Joan Brandwyn; Maggie Gyllenhaal, como Giselle Levy (Secretária, 40 dias e 40 noites); Ginniffer Goodwin, como Connie Baker (Once upon a time).

 Ginniffer/Connie

 Maggie/Giselle

 Kristine/Betty

Julia Stiles/Joan

A trilha sonora do filme é muito boa e inclui a música Mona Lisa (que foi originalmente interpretada por Nat King Cole). E, claro, o filme faz fortes referências à obra de Leonardo da Vincci, que tem o mesmo nome.


Referência:

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