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Prefixação

UFBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO E LETRAS




Prefixação




Luciano Souza Lima
Margareth dos Santos de Jesus






Salvador
2000




UFBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO E LETRAS




Prefixação


Luciano Souza Lima
Margareth dos Santos de Jesus



Trabalho monográfico realizado para a disciplina Língua Portuguesa VII, sob a orientação da Professora Juliana Soledade, durante o segundo semestre de 2000.



Salvador
2000



APRESENTAÇÃO


Seguindo as instruções da Professora Juliana Soledade, todos os alunos da disciplina Língua Portuguesa VII foram orientados para a realização de um trabalho monográfico que deveria ser apresentado ao final do segundo semestre de 2000.

Os temas foram sugeridos pela professora e escolhidos pelos alunos que deveriam reunir-se em duplas para a realização dos mesmos. Escolheu-se, assim, trabalhar com a problemática a Prefixação.

Traça-se aqui uma breve conceituação de morfologia, abordando as definições tradicionais dos processos de formação de palavras. Foi feito um breve esboço as diferentes (principais) teorias que norteiam a discussão sobre esses processos: Teoria Clássica e Teoria Evolucionista.

Mostra-se um pouco da visão dos primeiros gramáticos da Língua Portuguesa (Fernão de Oliveira e João de Barros); retratando o que dizem as gramáticas atuais e fazendo um confronto entre duas gramáticas que se opõem em relação ao caráter de composição ou derivação da Prefixação.

Além disso, conceitua-se, a partir de algumas leituras, a Prefixação e apresentam-se alguns exemplos e prefixos a Língua Portuguesa (seu uso e origem).

Espera-se que, aos leitores, o resultado desse trabalho possa ser tão gratificante quanto foi a sua realização.

“O que quer e que pode essa língua”.

(Flor do Lácio – Caetano Veloso)
   

“A prefixação é um dos temas mais controversos, não apenas nas nossas Gramáticas Normativas, mas também em obras com fundamentos da Linguística Moderna”.

(Paulo Mosânio Teixeira Duarte)



SUMÁRIO


Morfologia (introdução)
Processo de Formação de Palavras
Teoria Clássica
Teoria Evolucionista
Gramáticas de João de Barros e Fernão e Oliveira
José Nunes X Cunha & Cintra
Conceitos de Prefixação
Uso de prefixos
Origem os prefixos
Prefixação: derivação ou composição (Considerações Finais)
Referências



MORFOLOGIA


Morfologia é o nome dado à parte da gramática que estuda as palavras, tornando-as como partes isoladas e complexas nelas mesmas.

De acordo com as teorias mais tradicionais, a morfologia é estudada a partir a análise estrutural dos vocábulos, seguida pela investigação dos processos dos quais a língua utiliza-se para criar palavras. A partir de um estudo morfológico, é possível se fazer um estudo mais detalhado de cada uma das dez classes gramaticais, concluindo suas respectivas funções.

O grande inconveniente desse procedimento é o distanciamento demasiado que pode ocorrer com os fatos linguísticos uns dos outros, o que cria uma impressão errônea de que cada classe de palavras é um compartimento isolado, sem relações com o resto da estrutura da língua.

Ocorre justamente o contrário: as classes de palavras só podem ser caracterizadas com precisão se estiverem relacionadas umas com as outras, para que possam ser analisadas dentro do contexto no qual se encontrem inseridas.

Mesmo sendo esse o conceito dos linguistas mais modernos, alguns estudiosos mais antigos já versavam sobre o assunto, como, por exemplo, Mário Barreto (século XX), que dizia que “a chave de uma boa classificação gramatical é a proposição e como elemento dela é que se deve analisar as palavras”. Mário também afirmou que “será sempre imperfeita a classificação que se funde exclusivamente na forma ou na estrutura”.

E foi a partir de interpretações como essa que passou a pensar-se na integração de fatores morfológicos com os fatores sintáticos (morfossintaxe), facilitando, assim, a relação e compreensão das relações entre as diversas classes de palavras.


PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


Durante muito tempo, houve nas gramáticas uma definição única dos processos de formação de palavras. De acordo com essa divisão tradicional, os processos de formação de palavras seriam de dois tipos principais: a composição e a derivação.

A composição omposiçivaç seriam de dois tipos principais: a composiçossam ser analisadas entro do contexto no qual encontrem-se inseridas.é o processo de formação de palavras que consiste na criação e uma palavra através da união de duas ou mais palavras. Ela pode acontecer de duas formas distintas:

1 Justaposição
Processo que ocorre quando os radicais que se unem para formar uma nova palavra não sofrem modificações. Na justaposição, os elementos conservam a sua independência: cada radical tem o seu próprio acento tônico; não há perda fonética em nenhum dos componentes.
ex: carro-dormitório, amor-perfeito, televisão, passatempo.
2 Aglutinação
Processo que ocorre quando os radicais que formam uma nova palavra sofrem modificações. No momento em que os elementos se fundem, transformam-se em um todo com um único acento tônico, havendo inclusive perda de som em um ou todos os radicais.
ex: aguardente (água + ardente), embora (em + boa + hora), outrora (outra + hora), vinagre (vinho + acre).

A derivação é o processo de formação de palavras que consiste na formação de palavras através de afixos (prefixos e sufixos). Ela está sempre relacionada a dois principais conceitos: palavra primitiva (a que serve como base) e palavra derivada (a que se forma a partir da palavra primitiva). As principais formas de derivação são:

1 Prefixação
Ocorre quando acrescentamos um prefixo à palavra primitiva.
ex: desamor, infeliz, semicírculo, hipótese.
2 Sufixação
Ocorre quando se acrescenta um sufixo à palavra primitiva.
ex: amoroso, felizmente, bebedouro, alagadiço.
3 Derivação regressiva
Ocorre quando a palavra primitiva sofre uma redução. Esse tipo e derivação, normalmente, forma substantivos abstratos a partir de formas verbais.
ex: atraso (atrasar), mergulho (mergulhar), trabalho (trabalhar).
4 Derivação imprópria
Ocorre quando a palavra primitiva não sofre modificações em sua estrutura, não sofrendo acréscimos nem reduções; muda de classe gramatical de acordo com o contexto.
ex: gilete (substantivo comum) / Gillete (substantivo próprio – marca do produto), o jantar (substantivo) / jantar (verbo).

Existem, ainda, outros processos de formação de palavras:
ü  Abreviação vocabular – Ocorre quando uma palavra encontra uma forma reduzida para substituí-la. É importante não confundir abreviação com abreviatura. Enquanto a primeira refere-se apenas à redução, a segunda consiste na representação de uma palavra apenas por algumas letras.
Exemplos de abreviação: moto (motocicleta), cine (cinema), foto (fotografia), rebu (rebuliço).
Exemplos e abreviatura: obs. (observação), ltda. (limitada), subs. (substantivo), etc. (etcetera).
ü  Siglas – Geralmente, são formadas pelas iniciais das palavras que formam o nome de instituições, sociais, organizações, partidos políticos, associações. Também se deve fazer a distinção entre sigla, abreviação e abreviatura.
ex: CDB (Certificado de Debêntures Bancários), ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), ONU (Organização da Nações Unidas), CD (Compact Disc).
ü  Onomatopeia – Ocorre quando queremos imitar (transmitir) determinados sons através da escrita. São comuns na onomatopeia sons de vozes de animais, ruídos, sons produzidos por objetos ou pelo próprio homem.
ex: toc-toc, pingue-pongue, zumzum, pof, puf.

Esses conceitos aqui tratados, assim como os processos de formação de palavras aqui definidos, representam os conceitos e a divisão que, normalmente, encontramos nas gramáticas.
  

TEORIA CLÁSSICA


Dionísio de Trácia foi o responsável pela elaboração de uma teoria que eu relativa autonomia à primeira gramática do ocidente. Essa teoria era chamada de “téchne grammatike”. Estavam presentes nessa gramática estudos referentes às principais partes do discurso como: nome, verbo, particípio, artigo, pronome, preposição, advérbio e conjunção.

Dionísio levava em consideração a possibilidade de existência de “propriedades acidentais” para determinadas classes de palavras. Os “acidentes” por ele considerados eram os seguintes: tipo, forma, gênero, número e caso.

Os “acidentes” referentes ao tipo estão relacionados às noções de primitivo e derivado. Já os “acidentes” relativos à forma referem-se às noções de simples, composto e derivado de composto.

Nessa época, já havia estudos distintivos entre prefixação e sufixação. Uma prova disso é o processo usado para classificar os derivados formados por sufixos:
ü  possessivo: platonikon (“de Platão”);
ü  diminutivo: anthropiskón, (“homemzinho”);
ü  patronímico: Peleídes, (“filho de Peleu”).

De acordo com os estudos de Neves, existe ainda outra evidência dos estudos de prefixos e sufixos naquela época. Trata-se da classificação que Dionísio fez quanto ao tipo dos pronomes: os pronomes primitivos eram os pessoais e os derivados eram os possessivos.

A preposição era caracterizada por ser colocada antes das outras formas, em composição ou construção (sintaxe). Daí o fato de a preposição ser enquadrada como sendo um processo de composição.

Apolônio Díscolo foi outro gramático que seguia alguns estudos de Dionísio. Sua grande diferenciação de Dionísio era o fato de que seu estudo possuía um caráter mais filosófico. Para ele, a prefixação, mesmo ocupando a condição “pré-verbal”, fazia parte do discurso.

A influência helênica na tradição gramatical manifestou-se, claramente, na obra de Prisciano, que, apesar de grande semelhança com os estudos de Dionísio e Apolônio, excluiu o artigo das classes gramaticais.

Durante muito tempo, os estudos de Dionísio e Apolônio foram as grandes referências no que tocante aos estudos gramaticais. Tornou-se uma espécie de doutrina que, na Idade Média, influenciou a elaboração da vários tratados que tinham o título de “De modis significandi” (que significa “sobre o modo de significar”), elaborados pelos “gramáticos especulativos”. Esses tratados tinham grande importância no que se referia à elaboração das partes do discurso.

Os “gramáticos especulativos” (que também eram chamados “modistas”) receberam essa denominação por perceberem a linguagem como um reflexo do pensamento. Eles distinguiam dois modos de ser:
a) “Modi essendi” (modos de compreender) – Referem-se à relação existente entre o pensamento e as coisas; relação existente entre a linguagem e as coisas;
b) “Modi significandi” (modos de significar) – Relacionam-se à importância da compreensão da concepção linguística dos “gramáticos especulativos”.

Existiam, ainda, os “modi significandi passive” (modos de significar passivos), que se referiam ao modo como as qualidades das coisas nos chegam através das palavras. Esse modo é a grande referência ao estudo das classes gramaticais e à maneira como elas encontram-se relacionadas no discurso.

Aos modos essenciais de nome e de verbo e aos “acidentes” de gênero e caso, assim como à figura simples e composta e ao tipo primitivo ou derivado são atribuídas as características sintaticamente irrelevantes: “modi absoluti”. Os processos de composição e derivação encontram-se nesse modo.

Em seus estudos, o filosofo Tomás Eckfurt manteve a tradição clássica e conservou a diferença entre derivação e composição. Para ele, o termo “espécie” está relacionado, especificamente, à formação sufixal (“modos de significar a coisa em seu ser secundário”). Ele faz a distinção de um termo primário e outro secundário na derivação. Eckfurt cita, ainda, que o termo “figura” (“modo acidental de significar do nome, mediante o qual o nome significa a propriedade do simples, do composto e do decomposto”) está relacionado à noção de prefixação.

Sobre os elementos sem correspondência preposicional e sobre a relação entre preposição por construção e preposição por composição, Eckfurt relatou:

A preposição se compõe com as partes da oração de duas maneiras: separadamente, de modo a poder juntar-se com as dicções ou separar-se delas e permanecer em seu modo próprio. Inesperavelmente; e neste caso não se denomina preposição senão muito impropriamente, somente por guardar certa semelhança com a preposição na composição. (...) E, por fim, há de advir-se que as preposições, uma vez que por si nada significam, pois não são dicções nem particularmente têm um nodo de significar; agregam-se apenas a outras dicções como acréscimos silábicos, à semelhança de met, pet e congêneres.

Com o Renascimento, houve uma grande difusão da “Língua Vulgar”, que passou a ser falada paralelamente ao latim. Com isso, surgiu uma tendência inovadora na Teoria Tradicional, que era voltada, principalmente, para a questão da diversidade das línguas.


TEORIA EVOLUCIONISTA


Vários foram os autores que trabalharam tendo como base a Teoria Evolucionista. Aqui segue uma breve citação desses autores e seus respectivos estudos.

Para Júlio Ribeiro, a linguagem representa uma expressão do pensamento através de sons articulados que são as palavras. Ele distingue termos (palavras encaradas apenas do ponto de vista semântico) de vocábulos (palavras encaradas do ponto de vista material). Ribeiro define raiz como “o som que encerra a ideia matriz, conservada pura através das migrações etimológicas”. Ele aborda a confusão que pode existir entre a raiz e o tema, que muitas vezes, ultrapassa seus limites relacionando-se a outros elementos mórficos. Seus estudos etimológicos são realizados através da diacronia.

A definição de afixo feita por Júlio Ribeiro diz que esse elemento é um adjunto que é acrescentado a uma palavra já existente ou ao seu tema, modificando-lhe a significação, através da ideia nova que lhe acrescenta. Ele utiliza-se do termo palavra quando se refere a afixo; classifica as palavras formadas por afixos de “derivados compostos” (essa definição não esclarece em nada a classificação que ele dá ao prefixo). Mas, ao referir-se aos substantivos e aos verbos compostos, Ribeiro coloca a prefixação como sendo um elemento da composição; deixando de usar o termo “derivados compostos” e passando a utilizar o termo “compostos”.

As ideias de Júlio são consideradas vagas por muitos estudiosos que afirmam que seus estudos deixam muito a desejar devido às várias lacunas que apresentam: sua definição de afixo é contraditória a seus estudos posteriores; a concepção de mudança não é abordada em momento algum, ele fixa-se em momentos do passado sem levar em conta o fato de que esse passado evoluiu e foi a base para a formação do presente (não deixa espaço para estudos semânticos).

João Ribeiro foi outro gramático dessa época que aderiu a um estudo mais voltado para aspectos históricos. Seus estudos morfológicos eram voltados para elementos como: raiz, desinências e afixos. Aborda o reconhecimento de que a evolução fonética Poe dificultar a identificação dos elementos mórficos, gerando transformações semânticas.

Ele define raiz como sendo o núcleo da palavra, mas não dá indícios de como deve ser entendida a nuclearidade da raiz, nem como definir a sua relação com outros elementos.

Alguns estudiosos afirmam que suas referências à fundamentação semântica da morfologia são imprecisas, como, por exemplo, a afirmação de que a palavra principal ou raiz é a responsável pela determinação do sentido do vocabulário, não deixando claro o significado do termo palavra.

A prefixação é classificada por João Ribeiro como um dos tipos de composição. Ao mesmo tempo, ele diferencia prefixação de sufixação.

Convém observar que o prefixo tem uma noção definida e mais positiva do que o sufixo. Assim, os prefixos pre e sub denotam sempre a antecipação, o lugar inferior etc. Os sufixos, porém têm uma função, menos definida e afetam várias acepções, conforme seu uso tem estabelecido.

Seus estudos não são considerados satisfatórios por ele não ter conseguido chegar a um critério, devido ao fato de que o aspecto semântico do prefixo só pode ser estudado após a sua identificação.
O gramático Maciel também trabalhou seguindo o critério histórico, dando ênfase apenas às análises morfológicas (ele também ao latim). Seus conceitos de raiz e de afixos corroboram com os e Julio Ribeiro.

Com relação aos prefixos, ele aborda os aspectos referentes à natureza preposicional que eles possuem; afirma que o prefixo modifica a significação das palavras às quais se integram. Mas, faz uma ressalva às exceções. Disso, concluímos que, segundo seus conceitos, nem sempre os prefixos apresentam um conteúdo semântico. Maciel faz, então, a seguinte divisão no que se refere aos prefixos: prefixos expletivos (ex: e-strela), prefixos inexpletivos (ex: re-fazer), prefixos assimilados (ex: col-légio) e prefixos justapostos (ex: vice-rei).

Ele recorre à história da língua para fazer a distinção entre os prefixos expletivos (que são meros segmentos fônicos que se juntam às palavras) e os prefixos assimilados (apelam para a escrita, que possui um caráter conservador). Para Maciel, a prefixação também é um processo de composição.

Houve, ainda, outros autores que trabalharam seguindo os critérios dessa referida teoria:
Carlos Goes – Autor do “Dicionário de afixos, desinências e outros elementos de composição”. Dava ênfase apenas à posição ocupada pelos afixos. Também faz análises contraditórias e seu trabalho apresenta uma grande falta de “fundamentação nomenclatural”.
Oiticica – Autor do “Manual de análise”. Sua preocupação era mais voltada para a precisão das definições; não deixando claras, no entanto, suas opiniões pessoais. Trabalhou principalmente com as noções de raiz e radical.
Pereira – Autor da “Gramática expositiva” (Curso Superior). Seguindo os exemplos dos autores já citados, abordou os termos: tema, radical e raiz. Considerou os prefixos e sufixos como sendo elementos periféricos; classificando os prefixos como elementos da derivação própria (em oposição à imprópria, pela questão da transposição de classe) e os sufixos como composição (relacionando-se à justaposição e à aglutinação). É, também, bastante vago em suas considerações. Classifica a prefixação como um processo de composição.


GRAMÁTICAS DE JOÃO DE BARROS 
E FERNÃO DE OLIVEIRA


Em sua gramática, Fernão de Oliveira não tratou das partes do discurso, nem sobre as aplicações dos esquemas formais de que tratava a Gramática Latina. Segundo ele, o termo “dicção” pode ser considerado sinônimo de vocábulo e palavras.

Para ele, a etimologia é a responsável pela fundação científica do estudo sobre os vocábulos, pois ela é a ciência responsável pela verificação da origem das dicções. E esse assunto (dicção) foi abordado, detalhadamente, em sua gramática; onde tratou dos principais tipos:

1 Dicções apartadas – Aproximam-se das “dicções simples” ou “singelas” que apareciam no Latim. Quando possuem mais de uma letra, podem ser divisíveis em letras e sílabas; mas, quando se referem a uma só letra, não pode haver divisão. Essas dicções dizem respeito às conjunções, preposições e advérbios.
2 Dicções juntas – Referem-se ao significado das partes apartadas; partes de outra dicção às quais estavam relacionadas antes de sofrerem a divisão.

O conceito de dicção não faz referência apenas às palavras como um todo, mas também aos prefixos.

Para Fernão Oliveira, os prefixos só possuem sentido quando relacionados às palavras. Ele utilizava-se, também, do critério de recorrência, relacionando formas que acontecem em várias palavras. Só considerava prefixo quando modificava o sentido da palavra.

Ou as dicções juntas são aquelas em que se ajuntam diversas dicções ou suas partes, fazendo uma só dicção, como contrafazer, refazer, desfazer, nas quais dicções se ajuntam diversas outras dicções em cada uma delas.

Além das dicções acima citadas, Fernão de Oliveira também faz referência às “dicções primeiras” (que ocorrem livremente de acordo com a vontade do falante) e “dicções tiradas” (também chamadas de derivadas, têm sua existência condicionada pela fonte de onde foram retiradas). Ele faz, ainda, uma diferenciação entre as “dicções declináveis” (variação de vozes que se referem a uma mesma coisa, observada sob os pontos de vista diferentes) das “dicções não declináveis”. Aos conceitos de declinação relacionam-se as flexões verbais e nominais, além da derivação sufixal.

João de Barros foi outro gramático de suma importância para os estudos de nossa língua. Seus trabalhos foram mais sistemáticos que os de Fernão de Oliveira. Ele definiu gramática em termos normativos e dividiu-a seguindo os critérios latinos: ortografia, prosódia, etimologia e sintaxe. A maior parte de seu trabalho é dedicada à etimologia. Encontramos em sua gramática um grande embasamento lexicológico.

Barros estudou as classes vocabulares de acordo com os critérios adotados pelo padrão clássico, levando em consideração os acidentes e fazendo a distinção entre “espécies” e “figuras”. As figuras simples e compostas estão presentes nos nomes, pronomes, verbos e advérbios. Não fica claro em sua obra como podemos classificar devidamente os casos de empréstimos de outras línguas.
  
Apenas os nomes derivados por sufixos são reconhecidos por João de Barros no que se refere à espécie. Ele apresentou, de forma inconsistente, os conceitos e composição de derivação. Como exemplo, temos o caso dos pronomes que, tanto em “espécie” como em “figura”, possuem a mesma distinção: o pronome meu é considerado por ele como sendo uma forma de derivação, por corresponder a de mim; e, quanto à composição, são dados os exemplos de eu mesmo e nós mesmos.

Com relação à preposição, é mencionada por João de Barros apenas “figura”, podendo esta ser “singela” e “dobrada”. Não são citados por ele os aspectos referentes às preposições simples e compostas, pois ele acreditava que a preposição só era realmente um elemento de composição quando relacionada a outras classes. Mas, ele distinguiu a construção (paráthesis) da composição (synthesis).
  

JOSÉ NUNES X CUNHA & CINTRA


Em seu “Compêndio e Gramática Histórica Portuguesa”, José Nunes aborda alguns aspectos interessantes no que se refere ao processo de formação de palavras. Ele coloca uma divisão de três principais processos: a formação popular, a formação literária e a importância estranha.

A formação popular é colocada como o processo mais produtivo, por acontecer de duas formas diferentes:
1 Concentração única na atribuição de um papel diferente à palavra já existente, ou adição de um elemento novo à palavra;
2 Fundição de duas palavras que antes viviam separadas.

Nunes chamou o primeiro processo de derivação e o segundo de composição. E é de um aprofundamento maior da definição que ele faz desses conceitos que se tratará a seguir:

Derivação

Através desse processo, a língua ou conserva a palavra herdada com uma função diferente a que possuía anteriormente, ou ocorre a criação de termos novos (em estrutura e significado) e velhos (em sua ideia básica). Dessa forma, temos:

a) Substantivos comuns que são formados a partir de: substantivos próprios; adjetivos, que, devido ao fato de ser empregados sem a presença do substantivo ao qual se referem, passaram a dispensar a presença do substantivo (estreito, herdeiro); numerais e pronomes que tiveram ou têm a função de substantivo (quarteiro, quintos); particípios que são, muitas vezes, empregados como adjetivo (empreita, corrente); infinitivos que podem ser empregados como substantivos e verbos (prazer, pensar) e palavras invariáveis que passam a pertencer à classe dos substantivos pelo uso do artigo (um sim, os prós);
b) Adjetivos – Algumas palavras que eram substantivos em sua origem, passam, com o tempo e uso, a adjetivos (azedo, porco, bruto);
c) Palavras invariáveis – Algumas palavras que acabam transitando entre a classe variável e invariável.

Ainda analisando o estudo de José Nunes, encontramos a seguinte divisão que ele faz dos tipos de derivação:
Imprópria – Formada pelos regressivos, que são os substantivos formados a partir de verbos (despacho, esperta);
Própria – Processo pelo qual novas palavras são criadas a partir da adição de certos elementos (sufixos) aos radicais existentes; esses elementos podem ter uma ou mais sílabas e vão modificar o significado do radical.

Composição

É o processo através do qual são reunidas duas ou mais palavras que tiveram um significado anterior independente, mas fundiram-se formando uma nova palavra, e, consequentemente, tem um novo significado. A composição pode acontecer de três maneiras:
1 Justaposição – Une duas ou mais palavras por meio “natural” (sem quebra de regras nem omissão de elementos). A justaposição pode ocorrer através da coordenação (união de substantivos e adjetivos, ou vice-versa) ou da subordinação;
2 Composição elíptica – Cria uma palavra única através da união de duas palavras, mas omite a relação existente entre elas;
3 Prefixação – Processo que consiste em colocar, antes do radical, uma partícula chamada prefixo, que serve para a modificação da ideia expressa pelo elemento primitivo.

Nunes fala, ainda, sobre o processo parassintético que ocorre quando há uma derivação de “dois processos da composição: a justaposição e a prefixação”. Esse processo cria “nomes” (acompanhamento) e verbos (embainhar).

Na “Nova Gramática do Português Contemporâneo” (Celso Cunha & Lindley Cintra), encontra-se uma divisão que difere da apresentada por Nunes. A “Nova Gramática” classifica o processo de formação de palavras como sendo um conjunto de processos morfossintáticos que possibilitam a criação de unidades novas, tendo como base morfemas lexicais. Dessa forma, são utilizados no processo de formação de palavras os afixos (de derivação) ou os procedimentos (de composição).

Cunha & Cintra dividem os processos de formação de palavras em dois grupos principais: derivação e composição. Mas chamam atenção para a existência de outros processos menos comuns, mas tão importantes quanto esses.

Eles dividem a derivação em:
1 Derivação Prefixal – Forma palavras através do acréscimo de prefixos ao radical. Os prefixos possuem uma independência maior se comparados aos sufixos, devido à sua origem proveniente de advérbios ou preposições (que são elementos que possuem certa autonomia em nossa língua). Pode-se fazer a distinção entre dois grupos de prefixos: grupo de meras partículas, sem existência própria no idioma (des-, em desfazer e re-, em repor, por exemplo); grupo de elementos que funcionam também como palavras independentes (contra-, em contradizer e entre-, em entreabrir). Pode-se, então, dizer que, no primeiro grupo, temos um caso de derivação; enquanto que, no segundo, temos um caso de composição.
2 Derivação Sufixal – Processo que forma palavras através do acréscimo de sufixos ao radical. Por meio desse processo, formam-se substantivos, verbos e advérbios. Por isso, a derivação sufixal classifica-se em:
a)Nominal – Quando do acréscimo de um sufixo a um radical formamos substantivos. ex: ponteira, pontudo.
b)Verbal – Quando do acréscimo do sufixo a um radical formamos um verbo. ex: amanhecer, suavizar.
c)Adverbial – Ocorre quando o sufixo –mente é acrescentado à forma feminina de um adjetivo. ex: bondosamente, perigosamente.
3 Derivação Parassintética – Ocorre quando um prefixo e um sufixo unem-se a um mesmo radical, e, sendo um deles retirado, a palavra fica sem sentido. Esse tipo de derivação ocorre com mais frequência nos verbos. ex: desalmado, repatriar.
4 Derivação Regressiva – Ocorre quando a palavra derivante é reduzida devido à falta de análise da sua estrutura. Sua importância maior reside na criação de substantivos. ex: abalo < abalar , saque < sacar.
5 Derivação Imprópria – Ocorre quando uma determinada palavra muda de classe gramatical. ex: sim (advérbio) / o sim (substantivo).

Composição, para Cunha & Cintra, é a formação de uma nova palavra  partir de dois ou mais radicais. A composição pode ser dividida de acordo com três critérios principais:
1 Quanto à forma – Quando os elementos e uma palavra podem estar:
a) “simplesmente justapostos”, havendo a conservação da integridade e cada um (composição por justaposição). ex: beija-flor, bem-me-quer.
b) “intimamente unidos” pelo fato de terem perdido a ideia da composição e passam a ter um único acento tônico (composição por aglutinação). ex: aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto).
2 Quanto ao sentido – Refere-se à distinção feita entre dois principais elementos existentes em uma palavra composta: determinante (encera a noção particular) e determinado (contém a ideia geral). ex: escola-modelo, (determinante = modelo / determinado = escola).
3 Quanto à classe gramatical – Refere-se às possibilidades de classes deferentes que se unem para formar novos elementos. ex: manga-rosa (substantivo + substantivo), alto-forno (adjetivo + substantivo), bem-bom (advérbio + substantivo).

A “Nova Gramática” faz referência, ainda, aos outros processos de formação de palavras (hibridismo, onomatopeia, abreviação vocabular e siglas), cujos conceitos não serão aqui tratados, uma vez que já foram mencionados no início do trabalho.


CONCEITOS DE PREFIXAÇÃO

  
A prefixação resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva que tem, com isso, seu significado alterado. Mas, processo de formação de palavras que consiste na agregação de novas partículas, tem sempre como referencial o vocábulo primitivo. Essas partículas, que são colocadas antes da palavra derivante, denominadas prefixos, juntam-se às seguintes bases: substantivas, adjetivas e verbais.

Além disso, os prefixos ligados ao morfema lexical básico, que se denomina derivação prefixal ou prefixação, é um processo que contribui com diversos aspectos:

ü  A inovação sintática da língua;
ü  Mudanças das classes gramaticais das bases às quais os prefixos estão associados;
ü  Substantivação de prefixos;
ü  Processo de redução que tendem a sofrer todas as línguas.

Embora haja muitos prefixos de caráter negativo e opositivo, o prefixo “não-” se apresenta sendo aquele que mais contribui para a criação de novos vocábulos. Por exemplo, havia um informativo no mural do Instituto de Letras onde era solicitada a presença de alunos “não-concluintes” (em oposição aos alunos concluintes foi criada uma nova palavra). Este prefixo, além de detonar negação e ajudar a formar itens lexicais, já foi usado em determinados contextos como figura de linguagem. Como exemplo disso, cita-se o caso das eleições para Governador do Estado de São Paulo em que Mario Covas, um dos candidatos e atual governador da época, a fim de desmentir Paulo Maluff, seu oponente, em um debate que antecedia as eleições, respondia a certas perguntas com a seguinte expressão: “Isso é não-verdade”.

Alguns gramáticos costumam dizer que os prefixos são caracterizados por não sofrer mudanças nas bases lexicais a que estão ligados. Entretanto, há casos que vão e encontro a essa assertiva. Exemplos comprovam que a junção de um morfema subsidiário com um substantivo o tornam adjetivo. Este valor adjetivo é muito usual com o prefixo “anti-”, antecedendo um substantivo. E o caso da expressão “a bancada anti-FHC”.

Quando usados independentes de qualquer base, alguns prefixos adquirem um valor de substantivo. Isso ocorre, por exemplo, com os prefixos “super-” e “vice-”. ex: “O Tribunal de Contas do Estado convocou todos os prefeitos e vices para o ajustamento de contas do ano 2000”.

As línguas passam por um processo de economia do discurso. Isso é bastante observado na oralidade, pois os falantes preferem uma construção mais simples a uma mais complexa. Por exemplo, “advogados não corruptos” ao invés de “advogados que são dignos de sua profissão”.

Além dessa inovação sintática que a derivação permite na língua, há também duas condições fundamentais que devem ser preenchidas:
1 A primeira condição está na possibilidade de depreensão sincrônica dos morfemas componentes. Pois, não é correto considerar derivadas palavras como submisso e perceber a partir de falsas formas livres “-misso” e “-ceber”, já que com a junção dos prefixos “sub-” e “per-” elas têm valor diacrônico (apenas nos estudos históricos), uma vez que, nos estudos sincrônicos, esses morfemas são inexistentes. Desta forma, tais vocábulos devem ser tratados como palavras primitivas;
2 A segunda condição implica possibilidade do afixo, nesse caso, os prefixos, como formas mínimas estarem à disposição dos falantes nativos para a formação de novos derivados. Pois, o maior ou menor uso dessas partículas não só ajuda os falantes a formarem e aceitarem determinadas palavras, suprimindo outras, como também a interpretar novos vocábulos (morfologicamente complexos ou simples).


USO DE PREFIXOS


Conforme já se citou anteriormente, os prefixos são ligados a bases substantivas, adjetivas e verbais, ou itens lexicais formados através dessas partículas, apresentando características semânticas diversas: negação, posição, intensidade etc.

Entre os prefixos indicadores de negação, há aqueles que emprestam à base a que se associam um caráter negativo, ou seja, um conteúdo contrário ao expresso por essa base. É o caso do prefixo “des-”, que, afixado a uma base, nega o valor da mesma. Exprimindo “ausência de” ou “falta de”. Isto acontece, por exemplo, com os vocábulos despreparo de desjejum. Em outras formações, esse prefixo justapõe-se a uma base já derivada com o prefixo “in-”. Nesse caso (como em desinfeliz), “des-” exerce apenas uma carga reforçativa, pois a ideia de negação é expressa em “in-”.

Há também prefixos associados ao conceito de posição, tanto espacial quanto temporal. Esses prefixos são classificados nas seguintes posições: superior, inferior, intermediária, posterior e anterior. Fazem parte dessa classificação prefixos como: “sobre-” (posição superior); “infra-” e “sub-” (posição intermediária); “pré-”, “retro-” e “pós-” (posições anterior e posterior).

Com o valor de intensidade, agrupam-se os elementos, em grau elevado ou mesmo excessivo, atribuindo à unidade lexical a que se prefixam noções referentes à força, grandeza, qualidade e quantidade. Eles são marcados por prefixos como “hiper-”, “macro-”, “multi-”, “super-” e “ultra-”.

Alguns prefixos sofrem alterações decorrentes de contato com a vogal e, principalmente, com a consoante inicial a palavra derivante. Assim, o prefixo grego “na-”, que indica privação (“na-ônimo”), assume a forma “a-” antes da consoante: “a-pátria”. “In-”, o seu correspondente latino, toma a forma “i-” antes e “l” ou “m”: “in-feliz”, in-ativo. Mas, “i-legal”, “i-moral”.

A essas alterações sofridas pelos prefixos, em que consistem um fenômeno fonético, dá-se o nome de assimilação. Pois o fonema do prefixo absorve as características do outro que lhe está contíguo. Como em geral, a assimilação identifica dois fonemas é comum o desaparecimento do primeiro do primeiro deles: “in-legal” > “il-llegal” > “ilegal”. Cumpre não confundir os dois prefixos que aparecem sob a mesma forma “in-” (ou “i”). Um indica”movimento para dentro” (ingerir, imigrar) e o outro, “privação, negação” (inativo, ilegal).
  

ORIGEM DOS PREFIXOS


Os prefixos originaram-se de classes gramaticais invariáveis, como advérbio e preposição que são vivas ou extintas na língua. Por isso, são mais independentes do que os sufixos. Além disso, os prefixos podem ser vernáculos (prefixos latinos modificados ou “aportuguesados”; latinos que se conservam na forma primitiva e gregos que se antepõem a palavras gregas.

Alguns prefixos vernáculos:

“a-” (< lat.ad) – aproximação (alinhar, avizinhar, abordar);
“além-” (< lat.ad + illic + inde) – posterioriade local (além-mar, além-túmulo);
“entre-” (< lat.inter) – posição intermediária (entretanto, entrelinhas);
“sobre-” (< lat.super) – posição superior (sobre-humano, sobrestar / sobre + estar).

Alguns prefixos latinos:

“a-” – separação (aversão);
“bis-” – duas vezes (bisavô, gamo, bimensal);
“circum-” – movimento circular (circunferência, circuito / circum + ito);
“dis-” – separação, distribuição (dispensar, disseminar). Não confundir com “dis-”, “dys-”, prefixos gregos.

Alguns prefixos gregos:

“a-” – Antes de vogal vira “na-”. Significa negação, privação (ateu, analfabeto, acatólico – não católico, ao passo que anticatólico significa contra o catolicismo);
“epi-” – posição superior (epígrafe, epigástrico, epitáfio);
“meta-” – posição posterior (metamorfose, metafísico, metonímia);
“pros-” – movimento para adiante (prosélito – o que se aproxima -, prosódia – canto que guia as palavras).
  

PREFIXAÇÃO: DERIVAÇÃO OU COMPOSIÇÃO
(CONSIDERAÇÕES FINAIS)


Após todas as leituras realizadas e todas as descobertas feitas, chega-se à conclusão de que, assim como todas as coisas que se referem à língua, principalmente a gramática com suas divisões de classes e funções, a questão da prefixação refere-se a algo relativo; podendo, a depender do caso, apresentar-se como elemento de composição e, outras vezes, como elemento de derivação.

Isso acontece devido ao fato de o português possuir prefixos de diversas origens (gregos, latinos) e, cada um deles, ter uma carga semântica diferente.

Vários estudiosos, de diferentes épocas, já tinham esse pensamento. Cunha & Cintra (1985) falam sobre esse aspecto em sua Gramática, e também afirmam que não é fácil fazer essa distinção entre os casos em que a prefixação aparece como derivação e quando ela aparece como composição.

De acordo com as definições encontradas nos dicionários e gramáticas acerca da classificação dos prefixos, se fazendo parte da derivação ou da composição, não há, ainda, uma definição coerente.

Segundo alguns autores, os elementos considerados prefixais são classificados ora como derivação, ora como composição. Dentre eles há Bechara (1983, 214-237), Cintra (1985, p. 83-115), Rocha Lima (1966, 181-217), que classificam os prefixos como elementos formadores de unidades lexicais derivadas; enquanto Coutinho (1976, 167-169) e Câmara Jr. (1975, 213-234) preferem incluir as formações prefixais no âmbito da composição. Diante disso, são aceitos os seguintes critérios: se os elementos que compõem o vocábulo podem ocorrer livremente na sentença, o processo de formação de palavras chama-se composição. ex: amor-perfeito. Se um dos elementos que compõe o vocábulo ocorre livre na sentença e é utilizado para a formação de palavras em série, o processo de formação de palavras chama-se derivação ou afixação. ex: autoconfiável.

Conclui-se, então, que os parâmetros empregados para se estabelecer essa diferença constituem um aspecto que merece um estudo mais cauteloso e muito mais aprofundado.


REFERÊNCIAS:


ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 41. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

DUARTE, Paulo Mosâneo Teixeira. A formação as palavras por prefixo em português. UFC Edições, [?].

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 36. ed. Rio de Janeiro: José Olimpo, 1972.

NETO, Pasquale Cipro; INFANTE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1997.

NUNES, José Joaquim. Compêndio de gramática histórica portuguesa: fonética e morfologia. 8. ed. Livraria Clássica Editora. [?].

SANDMAN, Antonio José. Morfologia geral: novas palavras do português do Brasil; nomenclatura gramatical brasileira; mecanismos de estruturação vocabular. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1997.

SOUZA e SILVA, Maria Cecília P. de; KOCH, Ingedore Villaça. Linguística aplicada ao português: morfologia. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.



Peço desculpas mais uma vez. Tenho a intenção de postar trabalhos antigos da forma como eles foram apresentados na época, e esse, como muitos que ainda virão (espero encontrar todos), está com graves erros de referência e citação. Algo que só aprendi a fazer de verdade quando cursava a Especialização. E, por se tratarem de trabalhos muito antigos, demoraria muito para revisar esses aspectos, e tempo que, para mim, é um “artigo” muito raro.

Lú, saudades! Sempre que ouço “Dont’t speak” lembro-me de você.


Volto a pedir que as pessoas que usarem alguma coisa que escrevo, tenham o bom senso de fazerem as devidas referências; pois, todos os meus trabalhos, além de estarem registrados nas Faculdades onde os apresentei, estão registrados formalmente. Mais uma vez obrigada.

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