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07
jan
2014

Projeto sobre variação linguística

CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE BRASÍLIA (CEAD – UNB)
SECRETARIA DO ESTADO DA BAHIA
FORMAÇÃO CONTINUADA EM ATUALIZAÇÃO EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS






VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS





MARGARETH DOS SANTOS DE JESUS




Salvador
2013




 
 CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE BRASÍLIA (CEAD – UNB)
SECRETARIA DO ESTADO DA BAHIA
FORMAÇÃO CONTINUADA EM ATUALIZAÇÃO
EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS






VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS




MARGARETH DOS SANTOS DE JESUS




Miniprojeto elaborado durante o Módulo IV, do curso Formação Continuada em Atualização em Práticas Pedagógicas, sob a orientação da tutora Rosimeire Oliveira do Nascimento, como pré-requisito para a obtenção dos créditos finais do curso.



Salvador
2013




SUMÁRIO


1 DESCRIÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 FUNDAMENTAÇÃO
3.1 MÉTODO
3.2 RECURSOS DIDÁTICOS
3.3 ABRANGÊNCIA
3.4 CRONOGRAMA
3.5 AVALIAÇÃO
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
5 RESULTADOS ESPERADOS

REFERÊNCIAS 

1 DESCRIÇÃO

            Apresenta-se aqui um trabalho que representa a atividade final do Curso de Aperfeiçoamento em Práticas Pedagógicas. Nesse trabalho, abordam-se questões relacionadas à Variação Linguística. Com essa proposta, pretende-se que os alunos pesquisem sobre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul, descobrindo sobre a história e a geografia destes e verificando sobre as variações das palavras sugeridas (namoro, ônibus, carro, moça bonita, reclamação, rapaz bonito, relação sexual, mãe, pai, amigo, homossexual, homem traído).

2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho justifica-se pela necessidade de se colocar os alunos e professores em maior contato com a Variação Linguística, mais especificamente a variação geográfica. Sabe-se que a língua portuguesa é bastante rica com seus diferentes tipos de variação. Apesar de a língua padrão impor suas regras, a linguagem informal (com suas, gírias, jargões, etc.) tem grande espaço em nossa sociedade. É preciso, no entanto, orientar os alunos para perceber essas diferenças e saber as situações em que se pode usar cada tipo de linguagem; tudo isso sem supervalorizar uma nem outra. Principalmente no mundo em que vivemos, em que a linguagem da internet vem conquistando mais espaço e é preciso esclarecer aos alunos que, de certa forma, tudo pode ser falado ou escrito, dependo dos interlocutores, da situação de comunicação e do objetivo almejado. E só se chega a essa conclusão de que toda variação tem sua importância quando se estuda melhor sobre essa questão.

3 FUNDAMENTAÇÃO

            Quando se fala em Língua Portuguesa, pensa-se imediatamente no Brasil e em Portugal e esquece-se de que ela é falada em outros países. A Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo.
O português é a língua oficial do Brasil e de cinco repúblicas da África: Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. É possível também se encontrar o português ao longo da fronteira hispano-portuguesa: Alamadilla, Ejas, Valverde Del Fresno, Herrera de Alcântara e Olivença. (JESUS, 2006, p. 30).
Como toda língua, ela, desde suas origens, está em constante transformação, principalmente no que se refere à oralidade.
De acordo com Cunha, o vocábulo variar significa “alterar, diversificar, mudar, e vem do latim variare” (CUNHA, 2010, p. 669).
Ao fazermos referência a uma língua, estamos definido-a como produto cultural histórico, formado por uma unidade “ideal” que é reconhecida por falantes (nativos ou não) e praticada por uma comunidade que integra o domínio linguístico dessa língua.
Conclui-se, assim, que uma língua histórica carrega várias tradições linguísticas (com limites e extensão variáveis), apresentando partes análogas e divergentes entre si que se relacionam historicamente. Dessa forma, diz-se que uma língua histórica não é única; ela é constituída por um conjunto de sistemas.

... o termo “língua portuguesa” é bastante ambíguo e se aplica a diversas variedades nitidamente diferenciáveis. Por exemplo, todos podemos distinguir claramente a fala de um português de Lisboa da de um brasileiro de Belo Horizonte, podemos distinguir igualmente a fala de um indivíduo criado na cidade, com segundo grau completo, da de uma pessoa criada no campo e analfabeta. (PERINI, 209, p.23)

Segundo Bechara (BECHARA, 2005, p. 37), a língua histórica é integrada por sistemas que apresentam três aspectos fundamentais:

a)       No espaço geográfico, constituindo os diferentes dialetos. Essa diversidade no espaço se diz diatópica (...), enquanto a relativa uniformidade no espaço se diz sintópica.
b)       No nível sociocultural, constituindo os diferentes níveis de língua e estratos ou camadas socioculturais. Essa diferença de estrato sociocultural se diz diastrática (...), enquanto a relativa uniformidade correspondente se diz sinestrática ou sinstrática, também conhecida como dialeto social.
c)       No estilo ou aspecto expressivo, isto é, em relação a diferentes situações do falar e estilos de língua. Essa diferença se diz diafásica (...), enquanto a relativa uniformidade correspondente se diz sinfásica, ou homogeneidade estilística.
    
Todas essas diferenças existentes em nossa língua merecem atenção, mas aqui tratar-se-á com mais atenção as diferenças diatópicas. Coseriu (apud Ferreira, 1994, p. 16) afirma que “o termo dialeto, enquanto oposto a uma língua, designa uma língua menor incluída em uma língua maior, que é justamente a língua histórica (ou idioma)”. Chaga-se, dessa forma, à ideia de que uma língua histórica não é um modo de falar único, mas ela representa uma família histórica de modos de falar independente. Os dialetos aparecem como membros dessa “família” ou constituindo-se como famílias menores dentro de uma família maior. Conclui-se, então, que os dialetos geográficos espaciais representam subsistemas organizados, que podem transformar-se em novas línguas autônomas.
É de grande importância não confundir a Dialectologia (Linguística Diatópica) com a Geografia Linguística, já que a segunda é um método do qual a primeira se utiliza. A Dialectologia surgiu como ciência no final do século XIX, com o objetivo de estudar a Diversidade Diatópica (geográfica).

3.1 MÉTODO

O presente projeto desenvolver-se-á segundo as seguintes estratégias:
ü  Apresentação da proposta de trabalho à coordenação da escola, colegas e alunos;
ü  Divisão da turma em cinco grupos, apresentação das palavras a serem pesquisadas e sorteio dos estados a serem trabalhados por cada grupo (orientação geral sobre o trabalho);
ü  Aula expositiva sobre a origem da língua portuguesa e os principais aspectos relacionados à Variação Linguística;
ü  Sugestão de que os alunos, além de pesquisarem em sites, entrem em chats e conversem (entrevistem) pessoas do estado do qual seu grupo está encarregado, buscando descobrir as variações que procuram;
ü  Revisão do material encontrado e registrado pelos alunos, com o auxílio do professor de cada disciplina envolvida.
ü  Apresentação dos grupos em sala, para os professores envolvidos, visando correção de eventuais problemas;
ü  Apresentações no auditório para toda a escola, seguida da exposição dos cartazes e painéis confeccionados;
ü  Elaboração de um relatório avaliativo pelos alunos;
ü  Leitura dos relatórios e discussão dirigida sobre os processos, a elaboração do trabalho e o resultado final.

3.2 RECURSOS DIDÁTICOS

            Os recursos a serem utilizados durante a execução desse projeto serão: quadro branco, piloto, datashow, computadores (laboratório de informática), cola, tesoura, lápis de cor, tinta, revistas, papel metro, cartolina, tesoura, papel ofício, atlas, gramáticas, dicionários, livros de história.

3.3 ABRANGÊNCIA

            Esse trabalho foi organizado para ser desenvolvido junto à 8ª série (9º ano), do Ensino Fundamental II, com possibilidade de ser adequado para ser aplicado junto a outras séries. Apesar de estar mais voltado para a Língua Portuguesa (pesquisa e construção de textos acerca da questão da Variação Linguística), esse projeto abrangerá outras áreas: Geografia (localização, clima, relevo, vegetação do estado escolhido), História (fatores e personalidades históricas importantes) e Artes (confecção de painéis e cartazes), contribuindo, assim, para uma efetivação da intertextualidade. Sua realização acontecerá durante a quarta unidade, resultando em uma culminância da unidade e do ano letivo.

3.4 CRONOGRAMA
Ações / Meses
setembro
outubro
novembro
dezembro
Apresentação da proposta para coordenação, colegas e para os alunos.




Pequena explanação em classe sobre Variação Linguística.




Divisão dos grupos, das tarefas e apresentação das palavras a serem pesquisadas.




Início das pesquisas feitas pelos grupos e orientadas pelo professor (atividades relacionadas às disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia e História).






Revisão do material pesquisado junto ao professor de cada disciplina.





Elaboração dos painéis, cartazes e apresentações em datashow com a orientação do professor de Artes.





Apresentação em sala para serem revistas posturas e eventuais problemas a serem resolvidos.




Culminância do projeto (apresentação no auditório da escola, seguida da exposição dos cartazes).





Elaboração e apresentação do relatório pelos alunos; discussão dirigida sobre os relatórios e o resultado do trabalho.





3.5 AVALIAÇÃO
            Os alunos serão avaliados qualitativamente (através do interesse, participação da atividade e cumprimento dos prazos estabelecidos) e quantitativamente (pelo material final apresentado). A atividade também será avaliada através do relatório feito pelos alunos, para que seja verificada sua funcionalidade e a positividade de seus resultados.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL:
            Através da realização das atividades aqui descritas, os alunos deverão adquirir e ampliar conhecimentos sobre a Variação Linguística, em especial a Variação Diatópica, percebendo que uma língua pode apresentar diferenças internas e, ao mesmo tempo, ser uma só.

4.2  OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

ü  Promover um trabalho interdisciplinar, unindo as disciplinas de Geografia, Artes, História e Língua Portuguesa;
ü  Estudar a Variação Diatópica existente entre alguns estados brasileiros;
ü  Proporcionar oportunidade de os alunos utilizarem-se da internet (não apenas para bater papo sem ter em vista um objetivo) e outras TIC;
ü  Realizar uma atividade diferente, que estimule uma participação mais ativa dos alunos;
ü  Favorecer a compreensão dos alunos de que, apesar das diferenças de nossa língua, nenhuma forma de variação deve ser inferiorizada, nem subjulgada;
ü  Aguçar as habilidades oral e escrita dos alunos através das apresentações e elaboração dos relatórios finais;
ü  Deixar clara a ideia de que, mesmo com todas as variações, a Norma Padrão é necessária em algumas situações.

5 RESULTADOS ESPERADOS

Ao final desse trabalho, espera-se ajudar a desenvolver nos alunos uma maior consciência sobre a importância de se conhecer a nossa língua e suas variações. Fazendo-os perceber que a linguagem deve adequar-se à situação e ao objetivo, além de aperfeiçoar suas habilidades de oralidade, escrita, artes e conhecimentos históricos e geográficos.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Informação e documentação: referências e elaboração. NBR 6023. Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Informação e documentação: citações em documentos; apresentação. NBR 10520. Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Informação e documentação: trabalhos acadêmicos; apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro, 2011.

BARBATO, Silvinane; MACIEL, Diva Albuquerque; BERALDO, Rossana; COSTA, Priscila. Colaboração na construção de novos conhecimentos. Módulo 4 do Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2013.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. ver. amp. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

BERALDO, Rossana; BARBATO, Silviane. Instrumentos pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da internet. Módulo 2 do Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2013.

BERTHOLDO, Sinara; BERALDO, Rossana. Língua Portuguesa: práticas de leitura e escrita e a enunciação como uma unidade concreta da linguagem. Módulo 3 do Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2013.

CUNHA, Antônio Gerando da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4. ed. ver. e amp. de acordo com a nova ortografia.Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.

FFERREIRA, Carlota; CARDOSO, Suzana Alice. A dialectologia no Brasil. São Paulo: Contexto, 1994.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ensino Fundamental. Disponível em http://zinder.com.br/legislação/pcn-fund.htm. Acesso em 12 de abril de 2013.

PERINI, Mario Alberto. Gramática descritiva do português. 4. ed. São Paulo: Ática, 2009.

QUEIROZ, Norma Lúcia Neris de; MUNHOZ, Silmara Carina Dornelis; MACIEL, Diva M. Albuquerque. Escola, organização curricular, seus principais conceitos e a prática docente. Módulo 1 do Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2012.

JESUS, Margareth dos Santos de. Pronome Pessoal Oblíquo na Linguagem Escrita Contemporânea de Língua Portuguesa: uma pesquisa Sociolinguística. Dissertação de Mestrado em Linguística Histórica, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, 2006.

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