CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE
BRASÍLIA (CEAD – UNB)
SECRETARIA DO
ESTADO DA BAHIA
FORMAÇÃO
CONTINUADA EM ATUALIZAÇÃO EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
VARIAÇÃO
LINGUÍSTICA: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS
MARGARETH DOS
SANTOS DE JESUS
Salvador
2013
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CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE BRASÍLIA
(CEAD – UNB)
SECRETARIA DO
ESTADO DA BAHIA
FORMAÇÃO
CONTINUADA EM ATUALIZAÇÃO
EM PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
VARIAÇÃO
LINGUÍSTICA: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS
MARGARETH DOS
SANTOS DE JESUS
Miniprojeto elaborado durante o
Módulo IV, do curso Formação Continuada em Atualização em Práticas Pedagógicas,
sob a orientação da tutora Rosimeire Oliveira do Nascimento, como pré-requisito
para a obtenção dos créditos finais do curso.
Salvador
2013
SUMÁRIO
1 DESCRIÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 FUNDAMENTAÇÃO
3.1 MÉTODO
3.2 RECURSOS DIDÁTICOS
3.3 ABRANGÊNCIA
3.4 CRONOGRAMA
3.5 AVALIAÇÃO
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
5 RESULTADOS
ESPERADOS
REFERÊNCIAS
1 DESCRIÇÃO
Apresenta-se aqui um trabalho que
representa a atividade final do Curso de Aperfeiçoamento em Práticas
Pedagógicas. Nesse trabalho, abordam-se questões relacionadas à Variação
Linguística. Com essa proposta, pretende-se que os alunos pesquisem sobre os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul,
descobrindo sobre a história e a geografia destes e verificando sobre as
variações das palavras sugeridas (namoro, ônibus, carro, moça bonita, reclamação,
rapaz bonito, relação sexual, mãe, pai, amigo, homossexual, homem traído).
2 JUSTIFICATIVA
O presente
trabalho justifica-se pela necessidade de se colocar os alunos e professores em
maior contato com a Variação Linguística, mais especificamente a variação
geográfica. Sabe-se que a língua portuguesa é bastante rica com seus diferentes
tipos de variação. Apesar de a língua padrão impor suas regras, a linguagem
informal (com suas, gírias, jargões, etc.) tem grande espaço em nossa
sociedade. É preciso, no entanto, orientar os alunos para perceber essas
diferenças e saber as situações em que se pode usar cada tipo de linguagem;
tudo isso sem supervalorizar uma nem outra. Principalmente no mundo em que
vivemos, em que a linguagem da internet vem conquistando mais espaço e é
preciso esclarecer aos alunos que, de certa forma, tudo pode ser falado ou
escrito, dependo dos interlocutores, da situação de comunicação e do objetivo
almejado. E só se chega a essa conclusão de que toda variação tem sua
importância quando se estuda melhor sobre essa questão.
3 FUNDAMENTAÇÃO
Quando se fala em Língua Portuguesa, pensa-se
imediatamente no Brasil e em Portugal e esquece-se de que ela é falada em
outros países. A Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo.
O português é a língua oficial do Brasil e de cinco repúblicas da
África: Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. É
possível também se encontrar o português ao longo da fronteira
hispano-portuguesa: Alamadilla, Ejas, Valverde Del Fresno, Herrera de Alcântara
e Olivença. (JESUS, 2006, p. 30).
Como
toda língua, ela, desde suas origens, está em constante transformação,
principalmente no que se refere à oralidade.
De
acordo com Cunha, o vocábulo variar significa “alterar, diversificar, mudar, e
vem do latim variare” (CUNHA, 2010,
p. 669).
Ao
fazermos referência a uma língua, estamos definido-a como produto cultural
histórico, formado por uma unidade “ideal” que é reconhecida por falantes
(nativos ou não) e praticada por uma comunidade que integra o domínio
linguístico dessa língua.
Conclui-se,
assim, que uma língua histórica carrega várias tradições linguísticas (com
limites e extensão variáveis), apresentando partes análogas e divergentes entre
si que se relacionam historicamente. Dessa forma, diz-se que uma língua
histórica não é única; ela é constituída por um conjunto de sistemas.
... o termo “língua portuguesa” é bastante
ambíguo e se aplica a diversas variedades nitidamente diferenciáveis. Por
exemplo, todos podemos distinguir claramente a fala de um português de Lisboa
da de um brasileiro de Belo Horizonte, podemos distinguir igualmente a fala de
um indivíduo criado na cidade, com segundo grau completo, da de uma pessoa
criada no campo e analfabeta. (PERINI, 209, p.23)
Segundo
Bechara (BECHARA, 2005, p. 37), a língua histórica é integrada por sistemas que
apresentam três aspectos fundamentais:
a) No espaço geográfico, constituindo os diferentes dialetos. Essa diversidade no espaço se diz diatópica (...),
enquanto a relativa uniformidade no espaço se diz sintópica.
b) No nível sociocultural, constituindo os diferentes níveis de língua e
estratos ou camadas socioculturais. Essa diferença de estrato sociocultural se
diz diastrática (...), enquanto a
relativa uniformidade correspondente se diz sinestrática
ou sinstrática, também conhecida como
dialeto social.
c) No estilo ou aspecto expressivo, isto é, em relação a diferentes
situações do falar e estilos de língua. Essa diferença se diz diafásica (...),
enquanto a relativa uniformidade correspondente se diz sinfásica, ou homogeneidade estilística.
Todas
essas diferenças existentes em nossa língua merecem atenção, mas aqui tratar-se-á
com mais atenção as diferenças diatópicas. Coseriu (apud Ferreira, 1994, p. 16)
afirma que “o termo dialeto, enquanto oposto a uma língua, designa uma língua
menor incluída em uma língua maior, que é justamente a língua histórica (ou
idioma)”. Chaga-se, dessa
forma, à ideia de que uma língua histórica não é um modo de falar único, mas
ela representa uma família histórica de modos de falar independente. Os
dialetos aparecem como membros dessa “família” ou constituindo-se como famílias
menores dentro de uma família maior. Conclui-se, então, que os dialetos
geográficos espaciais representam subsistemas organizados, que podem transformar-se
em novas línguas autônomas.
É
de grande importância não confundir a Dialectologia (Linguística Diatópica) com
a Geografia Linguística, já que a segunda é um método do qual a primeira se
utiliza. A Dialectologia surgiu como ciência no final do século XIX, com o
objetivo de estudar a Diversidade Diatópica (geográfica).
3.1 MÉTODO
O
presente projeto desenvolver-se-á segundo as seguintes estratégias:
ü Apresentação da proposta de trabalho à
coordenação da escola, colegas e alunos;
ü Divisão da turma em cinco grupos,
apresentação das palavras a serem pesquisadas e sorteio dos estados a serem
trabalhados por cada grupo (orientação geral sobre o trabalho);
ü Aula expositiva sobre a origem da língua
portuguesa e os principais aspectos relacionados à Variação Linguística;
ü Sugestão de que os alunos, além de
pesquisarem em sites, entrem em chats
e conversem (entrevistem) pessoas do estado do qual seu grupo está encarregado,
buscando descobrir as variações que procuram;
ü Revisão do material encontrado e
registrado pelos alunos, com o auxílio do professor de cada disciplina envolvida.
ü Apresentação dos grupos em sala, para os
professores envolvidos, visando correção de eventuais problemas;
ü Apresentações no auditório para toda a
escola, seguida da exposição dos cartazes e painéis confeccionados;
ü Elaboração de um relatório avaliativo
pelos alunos;
ü Leitura dos relatórios e discussão
dirigida sobre os processos, a elaboração do trabalho e o resultado final.
3.2 RECURSOS
DIDÁTICOS
Os recursos a serem utilizados
durante a execução desse projeto serão: quadro branco, piloto, datashow, computadores (laboratório de
informática), cola, tesoura, lápis de cor, tinta, revistas, papel metro,
cartolina, tesoura, papel ofício, atlas, gramáticas, dicionários, livros de
história.
3.3 ABRANGÊNCIA
Esse trabalho foi organizado para
ser desenvolvido junto à 8ª série (9º ano), do Ensino Fundamental II, com
possibilidade de ser adequado para ser aplicado junto a outras séries. Apesar
de estar mais voltado para a Língua Portuguesa (pesquisa e construção de textos
acerca da questão da Variação Linguística), esse projeto abrangerá outras
áreas: Geografia (localização, clima, relevo, vegetação do estado escolhido),
História (fatores e personalidades históricas importantes) e Artes (confecção
de painéis e cartazes), contribuindo, assim, para uma efetivação da
intertextualidade. Sua realização acontecerá durante a quarta unidade, resultando
em uma culminância da unidade e do ano letivo.
3.4 CRONOGRAMA
Ações
/ Meses
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setembro
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outubro
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novembro
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dezembro
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Apresentação da proposta para
coordenação, colegas e para os alunos.
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Pequena explanação em classe sobre
Variação Linguística.
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Divisão dos grupos, das tarefas e
apresentação das palavras a serem pesquisadas.
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Início das pesquisas feitas pelos grupos
e orientadas pelo professor (atividades relacionadas às disciplinas de Língua
Portuguesa, Geografia e História).
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Revisão do material pesquisado junto ao
professor de cada disciplina.
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Elaboração dos painéis, cartazes e
apresentações em datashow com a
orientação do professor de Artes.
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Apresentação em sala para serem revistas
posturas e eventuais problemas a serem resolvidos.
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Culminância do projeto (apresentação no
auditório da escola, seguida da exposição dos cartazes).
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Elaboração e apresentação do relatório
pelos alunos; discussão dirigida sobre os relatórios e o resultado do
trabalho.
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3.5 AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados
qualitativamente (através do interesse, participação da atividade e cumprimento
dos prazos estabelecidos) e quantitativamente (pelo material final
apresentado). A atividade também será avaliada através do relatório feito pelos
alunos, para que seja verificada sua funcionalidade e a positividade de seus
resultados.
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL:
Através da realização das atividades
aqui descritas, os alunos deverão adquirir e ampliar conhecimentos sobre a Variação
Linguística, em especial a Variação Diatópica, percebendo que uma língua pode
apresentar diferenças internas e, ao mesmo tempo, ser uma só.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
ü Promover um trabalho interdisciplinar,
unindo as disciplinas de Geografia, Artes, História e Língua Portuguesa;
ü Estudar a Variação Diatópica existente
entre alguns estados brasileiros;
ü Proporcionar oportunidade de os alunos
utilizarem-se da internet (não apenas para bater papo sem ter em vista um
objetivo) e outras TIC;
ü Realizar uma atividade diferente, que
estimule uma participação mais ativa dos alunos;
ü Favorecer a compreensão dos alunos de que,
apesar das diferenças de nossa língua, nenhuma forma de variação deve ser
inferiorizada, nem subjulgada;
ü Aguçar as habilidades oral e escrita dos
alunos através das apresentações e elaboração dos relatórios finais;
ü Deixar clara a ideia de que, mesmo com
todas as variações, a Norma Padrão é necessária em algumas situações.
5 RESULTADOS ESPERADOS
Ao
final desse trabalho, espera-se ajudar a desenvolver nos alunos uma maior
consciência sobre a importância de se conhecer a nossa língua e suas variações.
Fazendo-os perceber que a linguagem deve adequar-se à situação e ao objetivo,
além de aperfeiçoar suas habilidades de oralidade, escrita, artes e
conhecimentos históricos e geográficos.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Informação
e documentação: referências e elaboração. NBR 6023. Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT). Informação e
documentação: citações em documentos; apresentação. NBR 10520. Rio de
Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT). Informação e
documentação: trabalhos acadêmicos; apresentação. NBR 14724. Rio de
Janeiro, 2011.
BARBATO,
Silvinane; MACIEL, Diva Albuquerque; BERALDO, Rossana; COSTA, Priscila. Colaboração
na construção de novos conhecimentos. Módulo 4 do Curso de Atualização em Práticas
Pedagógicas. Brasília, 2013.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. ver. amp. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2005.
BERALDO, Rossana; BARBATO, Silviane. Instrumentos pedagógicos para preparação e dinamização
de aulas com o uso das TIC e da internet. Módulo 2 do Curso de Atualização
em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2013.
BERTHOLDO, Sinara; BERALDO, Rossana. Língua Portuguesa: práticas de leitura e
escrita e a enunciação como uma unidade concreta da linguagem. Módulo 3 do
Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília, 2013.
CUNHA, Antônio Gerando da. Dicionário etimológico da língua
portuguesa. 4. ed. ver. e amp. de acordo com a nova ortografia.Rio de
Janeiro: Lexikon, 2010.
FFERREIRA,
Carlota; CARDOSO, Suzana Alice. A dialectologia
no Brasil. São Paulo: Contexto, 1994.
PARÂMETROS
CURRICULARES NACIONAIS: Ensino Fundamental. Disponível em http://zinder.com.br/legislação/pcn-fund.htm.
Acesso em 12 de abril de 2013.
QUEIROZ, Norma Lúcia Neris de; MUNHOZ,
Silmara Carina Dornelis; MACIEL, Diva M. Albuquerque. Escola, organização curricular, seus principais conceitos e a prática
docente. Módulo 1 do Curso de Atualização em Práticas Pedagógicas. Brasília,
2012.
JESUS, Margareth
dos Santos de. Pronome Pessoal Oblíquo na
Linguagem Escrita Contemporânea de Língua Portuguesa: uma pesquisa
Sociolinguística. Dissertação de Mestrado em Linguística Histórica, apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Salvador, 2006.
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