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Saudades: Barrados no baile (Beverly Hills 90210)


Barrados no baile
(Beverly Hills 90210)


Brandon, Brenda, Dylan (finalmente falarei sobre meu amor), David, Donna, Kelly, Steve e Andrea.

Quem viveu a adolescência nos anos 90 certamente lembra-se desses nomes e, assim como eu, corria para casa, no final das manhãs de domingo (depois o horário foi modificado), para assistir a mais um episódio de Beverly Hills 90210 (Barrados no baile).

A música tema dava um friozinho na barriga e a certeza de que algo novo aconteceria na trama, ou que o segredo deixado em suspense no episódio anterior seria revelado.

A série fez grande sucesso, creio, porque era feita para adolescentes e pais; pois se utilizava de uma linguagem que conseguia atingir a todos (muitas vezes até reunindo pais e filhos para assistirem e discutirem os temas). Claro que seu foco maior era, sem sobra de dúvidas, os adolescentes.

Barrados no baile contava a história dos irmãos gêmeos Brandon Walsh (Jason Priestley) e Brenda Walsh (Shanen Doherty), que mudaram com seus pais de Minnesota (Minneapolis) para Beverly Hills (California) e, junto a seus novos amigos, David Silver (Brian Austin Green), Steve Sanders (Ian Ziering), Dylan Mckay (Luke Pery), Kelly Taylor (Jennie Garth), Andrea Zuckerman (Gabrielle Carteris) e Donna Martin (Tori Spelling) passam a viver, além das dificuldades e problemas relativos à adolescência e busca de seu espaço no mundo, um processo de adaptação à vida glamorosa dos moradores de Beverly Hills.

Quem era quem dentre os personagens principais:

Brandon era irritantemente certinho, boa praça, bom caráter, bom irmão, bom filho, bom tudo e pegava todas e mais algumas;


Brenda, por muito tempo, viveu à sombra do irmão, e, na nova vida, buscava seu espaço. Sonhava em ser atriz e era namorada de Dylan (nas primeiras temporadas);


Dylan era o “bom bad boy”. Criado com luxo, riqueza e sozinho. Sua mãe era separada do pai que foi preço por crime financeiro e deixou Dylan vivendo altos e baixos por causa do dinheiro. Lindo, de coração bom, era o melhor amigo de Brandon;



Steve filho adotivo de uma famosa atriz (Samantha Sanders) de uma série de TV. Era o típico “menino mimado”. Eternamente carente e apaixonado por Kelly (sua ex). Sempre se ferrava e ferrava os outros: pescava nas provas, roubava provas, trapaceava e gostava muito de farras e mulheres;


David filho de um dentista (Mel Silver), no início, era apaixonado por Kelly, que, mais tarde, tornou-se sua meio-irmã. Apaixonou-se por Donna e com ela viveu grandes momentos até casarem-se;


Donna eternamente romântica, virgem convicta, filha de um médico e uma socialite (Felicity) que fazia de tudo para que ela não desistisse da sua castidade;


Andrea era a "chata" do grupo. Tão certinha ou mais do que Brandon (por quem tinha uma paixonite). Era mal vista por todos no início (mas virou amiga da galera). Vinda de família pobre, lutava, estudava e tentava vencer em Beverly Hills. Engravidou e casou na adolescência;


Valerie era a “bitch” no sentido mais literal da palavra. Transava com qualquer um que lhe rendesse vantagens. Passava por cima de todo mundo. Mas, no fundo, era mais um vítima social: abusada pelo pai durante a infância, carregou sua dor e o segredo de tê-lo matado por não aguentar mais sofrer e por causa da omissão de sua mãe.



Kelly era filha de pais separados (aliás, os Walsh eram os únicos que formavam uma família “certinha”). Morava com sua mãe uma ex-modelo que sofreu com o uso de álcool e drogas. Tinha uma péssima fama com relação aos homens, mas essa foi se desfazendo ao longo da série. Viveu um triângulo amoroso com Dylan e Brenda.


Estudando no Colégio West Beverly (eles ingressam no segundo ano do que seria o nosso Ensino Médio), preparando-se para enfrentar faculdade, carreira, vida amorosa, dissabores. Tudo isso embutido nos temas sobre drogas, gravidez na adolescência, alcoolismo, racismo, preconceito social, triângulo amoroso, homossexualismo, competitividade, futilidades, praias, festas, viagens, formatura, primeiro emprego, carreira, casamento, filhos, vida. Essa era a rotina desses jovens.

O grande barato de Beverly Hills 90210 é que os personagens cresceram junto com o público. Lembro que entrei na faculdade junto com eles. Na minha grande ingenuidade (que permanece até hoje, por incrível que pareça), acreditava que minha faculdade seria igual à deles.

Além dos já citados personagens, que eram fixos na série, havia alternância de personagens nas temporadas e coadjuvantes (não meros coadjuvantes: eles eram relevantes para a trama) que permaneceram por todas ou algumas temporadas. Assim, tivemos: Cindy Walsh (Carol Potter), James Eckhouse (Jim Walsh), Nat Bussichio (Joe E.Tata), Valerie Malone (Tifanni Thiessen – é uma “vilã que encanta”; apimenta a série), Scot Scalon (Douglas Emerson - morre na segunda temporada), Jesse Vasques (Mark Damon Spinoza), Ray Puit (Jamie Walters), Clare Arnold (Katlheen Robertson), Carly Reynolds (Hilary Swank – permaneceu por apenas uma temporada e meia), Noah Hunter (Vicente Young), Matt Durning (Daniel Cosgrove) e Gina Kincaid (Vanessa Marcil).

Cindy

Jim

Nat

 Ray

 
 Clare

 Jesse

 Noah

Quem na época não queria trocar seus pais por Jim e Cindy Walsh? Até os adolescentes da série queriam que seus pais fossem compreensivos, tolerantes, que resolvessem tudo, por pior que fosse, com sorvete, diálogo e um largo sorriso seguido de um abraço.

Quem não queria ter uma galera daquelas? Unida para tudo: farras, problemas (criar e solucionar), estudar junto, namorar...

Quem não desejou, após um dia cansativo de aula ou trabalho, reunir-se com a galera no Peach Pit, sendo servido e atendido psicologicamente por Nat, comendo hamburger, batata frita, tomando milk shake sem engordar nada?

O troca-troca em Beverly Hills 90210 era “sem noção”. Difícil saber quem não namorou quem: Kelly namorou Steve, Brandon, Matt, Dylan e outros; Dylan namorou Brenda, Kelly, Gina e muitas outras; Brandon é mais fácil dizer quem ele não namorou; Donna, que era a virgem romântica, namorou Ray, Noah, David; Valerie é sem comentários (precisaria de outro blog para falar sobre sua vida amorosa).

O legal era que os romances acabam e as amizades se solidificavam. Era muito comum ver um ex em defesa ou consolando o outro. As rivalidades eram resolvidas com conversa, algum stress e muito, muito sorvete. Menos quando se tratava de Kelly e Valerie (aí a coisa ficava séria, valia de tudo).

Do colégio para a faculdade, trabalho, independência e, como toda boa série, o tão esperado casamento entre Donna e David (depois de muitas idas e vindas, romances paralelos, traições). Tudo terminou em uma grande festa.

Muitos grupos musicais e cantores tiveram participações na série, principalmente quando foi criado o bar noturno Peach Pit After Dark: Debbie Gibson, Cristina Aguilera. É mostrado, em um dos episódios, um show dos Rolling Stones, para onde toda a galera vai se divertir.

A única coisa estranha de se ver é que, em apenas um episódio, aparece uma família negra, que, muito bem sacada pelos diretores, tem uma excelente condição social. É mostrado o lado contrário ao que estamos acostumados a ver, pois os pais não querem que a filha namore um cara pobre (latino). Os demais personagens negros são raros e em papéis de coadjuvantes pouco significativos ou figurantes.

Essa série americana criada por Darren Star e produzida por ele e Aron Spelling (pai de Tori – Donna) começou a ser exibida em outubro de 1990 (seu piloto foi ao ar exatamente no dia 04 de outubro) e foi finalizada em 2000. Em canal fechado, era exibida pela Fox. Foram dez anos! Fez sucesso e teve audiência durante esse tempo e em suas reprises (é evidente que, com o tempo, a audiência diminuiu).

No canal aberto, ela foi exibida pela Globo e, mais tarde, pela Rede TV, mas não completa: apenas algumas temporadas.

Foi a primeira série que colecionei. Ainda hoje, uso, algumas vezes, episódios pertinentes em sala de aula, para estimular a discussão sobre determinados assuntos.

Gosto de trabalhar principalmente os episódios “Todo sonho tem um preço” (que fala sobre a insatisfação com o que se tem; a ambição) e “A mãe perfeita” (que mostra que nossa mãe, por mais que as outras aparentem ser melhores, é a melhor porque foi ela que Deus nos deu), da primeira temporada.

Recomendo a quem tem filhos adolescentes e a quem é adolescente assistir à série. Se puder, completa. Vale a pena.


























3 comentários:

  1. Adorei seu post! Também sou fã incondicional desta série. Você sabe onde encontro todas as temporadas para comprar?

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    1. Desculpe a demora. Mas, obrigada. Também sinto muitas saudades desse seriado. Que bom que a modernidade nos permite matar as saudade. Abraço.

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    2. Ah, eu comprei todas as temporadas na Saraiva. Com o cartão Saraiva você ainda consegue desconto.

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