Vilões que encantam

VILÕES QUE ENCANTAM

Já passou o tempo em que os vilões eram odiados, menosprezados e subjulgados. Antigamente, todos esperavam para ver o momento em que eles “se davam mal” no final da história. A situação sofreu uma radical transformação: os vilões não são mais os mesmos. Hoje, eles são inteligentes, criativos, bem humorados, bonitos e têm até fã clube. Muitos ganham uma torcida igual ou maior que a do herói.

Aqui, destaco três vilões que, em minha opinião, merecem por seu desempenho memorável. Sem eles, a história dos mocinhos seria um tédio e a diversão dos espectadores seria limitada:

1 T-Bag (da série Prison Break)

Theodore Bagwell, ou simplesmente T-Bag (como é mais conhecido). Fruto de uma relação entre seu pai e sua irmã e, como se isso fosse pouco, a irmã/mãe enlouqueceu e foi internada e o pai/avô o violentou. Daí a sua personalidade pedófila. Tarado e sem escrúpulos, ele topa qualquer negócio para dar-se bem. Traí qualquer um por outro que lhe ofereça mais vantagens. Troca de lado como se troca de roupa. Mas, sempre se dá mal. 

Acabou perdendo a mão durante a fuga da prisão (Fox River) e usa esse “defeito” sempre que pode para conquistar vantagens. “Scofield” é a palavra que mais sai de sua boca (sempre com muito ódio). Uma referência a Michael Scofield (o mocinho de sua história), de quem tem um ódio mortal, porque, enquanto ele só se “ferra”, Scofield sempre se dá bem (muitas vezes às suas custas). 

Sua atuação na série foi tão marcante que ele ganhou um filme contando sobre sua fuga e luta para ver a mãe (por quem nutre grande respeito e amor) que estava à beira da morte. 

Confesso: é meu vilão preferido por causa de sua inteligência, astúcia e um certo charme (além da pena que se sente dele porque foi a própria família que o colocou nessa vida). A maneira como ele coloca o forro do bolso da calça para fora e faz com que seus “protegidos” segurem e o sigam por toda a parte dispensa comentários.

2 Crowley (da série Supernatural)

Um demônio “tirado a besta”. Após a morte de Lúcifer, passou a comandar o inferno. Mas, isso para ele é pouco: ele quer controlar todas as almas do inferno e as do purgatório (e qualquer uma que encontre). Poder, poder, poder é o que busca. 

É astuto, mas é covarde. Sempre que sente o clima pesar para o seu lado, estala os dedos e some. Também vive fazendo acordos, só que em troca de almas. Seus acordos são sempre selados com um beijo (em mulheres, homens, whatever). Fez acordos com humanos, anjos, demônios, vampiros, leviatãs... Mas, nunca conseguiu o poder total que tanto deseja. 

Sua marca é a elegância com que se veste, sempre formal. Suas aparições sempre são memoráveis e até mesmo suas fugas. Sofisticado, de bom gosto, inteligente, covarde. Quando se vê diante de Castiel (anjo) “treme nas bases”. Some por algum tempo, mas sempre retorna com uma ideia ainda mais maligna e mirabolante. 

No início da série, era o “rei da encruzilhada”, vivia apenas de pequenos pactos. Mas, descobriu que a alma humana tem muito poder e “surtou”. Faz de tudo para conquistar todas que pode. Sua sede de poder é insaciável. Sua frase clássica é “Olá, rapazes”, dita sempre que surpreende Sam e Dean (os mocinhos), pensando que finalmente irá derrotá-los.

3 Rumpelstilskin (da série Once upon a time)

“Lets make a deal”. Com essa frase e um estranho e sarcástico sorriso sempre encontramos Rumpelstilskin, querendo fazer acordo com todo mundo, sempre visando algo (pessoa, objeto, reino, qualquer coisa). É outro fruto de uma vida sofrida. 

Covarde por natureza; era humilhado e ridicularizado na vila em que vivia com o filho (sua mulher o deixou por causa de sua covardia e fugiu com Hook - Capitão Gancho). 

Recebeu seus poderes sem saber o que estava fazendo, mas isso lhe serviu como um prêmio, pois passou a utilizar-se dele para impor-se perante os outros. 

Começou a matar e foi tomando gosto pela coisa. Por medo de perder seu poder, perdeu seu filho (Bae - que, cansado das matanças de seu pai tentou fugir para um mundo sem magia com ele e acabou caindo sozinho em um portal). 

Rumple passou a viver só de maldades. Conheceu Bela, por quem se apaixonou, mas nega fortemente esse amor por medo de enfraquecer e perder os poderes. Sem seus poderes não é nada. É frio, calculista, astuto e agora corajoso (tem poder). 

É feio, sujo, nojento (só mesmo o amor para enxergar seu lado bom no meio de tanta coisa feia e má). Suas aparições e seus “deals” são sempre intrigantes: um fio de cabelo, uma gota de suor, uma lágrima... Tudo bem planejado, tudo com um propósito a curto ou longo prazo (ele tem o dom de prever o futuro). É um ser de palavra. Cumpre o que promete (nem sempre como você pediu, mas cumpre). E ele é paciente; sempre vem cobrar suas dívidas quando menos se espera.