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Champinha, livre?!

Champinha, livre?!

As pessoas devem estar loucas e a justiça mais do que cega. Soltar Champinha? Só de pensar nessa possibilidade sinto uma grande agonia. Não entendo nada de leis, não sou psiquiatra, mas, pelas inúmeras leituras que já fiz (por curiosidade), não acho que ele deva ser solto. Se, quando jovem, ele fez o que fez imagine agora que está mais velho (24 anos), revoltado pelo tempo que ficou preso...

E o pior, se a legação de que a instituição na qual ele estava internado vai fechar por causa de mau funcionamento e ineficiência no cumprimento de suas funções for verdadeira, o que esperar dele na sociedade já que tudo indica que ele não foi tratado devidamente?

Roberto Aparecido Alves Cardoso (Champinha) conduziu todas as atrocidades que culminaram no assassinato de Liana Bei Fiedenbach (16) e Felipe Silva Caffé (19), auxiliado por Paulo Cesar da Silva Marques (Pernambuco), Antonio Matias e Agnaldo Pires. Isso no ano de 2003 (novembro).

Felipe e Liana

O casal de namorados havia decidido acampar, durante um final de semana, em uma área de Embu-Guaçu, sem o conhecimento de suas famílias. Deram o grande azar de cruzar o caminho de Champinha e seus comparsas que resolveram roubá-los. E, não satisfeitos, lhes torturaram e mataram: primeiro Felipe e, depois de estupros e mais torturas, Liana. Os corpos foram encontrados no dia dez do mesmo mês.

Por ser menor, na época do crime, Champinha foi internado na Fundação Casa e, em 2006. Tentou fugir, mas foi capturado.

Inicialmente, foi diagnosticado como portador de retardamento mental moderado e houve uma alegação de que ele foi "coagido" a cometar os crimes.

Após a realização de outros testes psicológicos, especialistas do Instituto Medico Legal diagnosticaram o criminoso como portador de "uma personalidade de grande periculosidade". Afirmaram que "ele agiu por impulso" e que seria "impossível" o seu convívio em sociedade.

Com essa conclusão, ele foi internado na Clínica Psiquiátrica do Hospital de Tratamento e Custódia (São Paulo).

Esse ano, Champinha passou por nova avaliação psiquiátrica em busca da verificação de possibilidade de ele ser liberto. Essa avaliação aconteceu 28 desse mês, no Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo (Imesc), mas o laudo só será divulgado trinta dias após a data em que ela ocorreu.

Vários casos de reincidência já aconteceram aqui e em outros países, mas esse caso me faz lembrar de um caso em particular: Jon Venables.


Venables na época do crime


Venables recentemente

Jon Venables, juntamente com seu amigo Robert Thompsom assassinaram (Liverpool, 1993) cruelmente o pequeno James Bulger, de apenas dois anos. Ambos tinham dez anos na época do crime.

Eles eram dois meninos desajustados socialmente, que já haviam cometido alguns delitos de pouca importância. Um belo dia, resolveram ir ao shopping e pegar alguém menor para pura “diversão”. Tentaram uma primeira vitima, mas a mãe estava atenta e percebeu a tempo (evitando uma provável tragédia).

James Bulger

James estava com a mãe, que fazia compra em um açougue. Em um momento de descuido, foi levado pelos garotos. Eles o torturaram, espancaram, abusaram sexualmente e o colocaram na linha do trem para que ele tivesse sua cabeça esmagada.

 Imagem da câmera do shopping mostrando Venables e Thompson levando James

Venables e Thompson na época do crime

Os menores foram julgados, condenados, receberam uma sentença. Depois, tiveram o processo revisto e foram libertos (em 2001), receberam identidades novas, foram para outro estado e começaram uma nova vida, com uma única condição: nunca mais se encontrarem.

Em 2010, aos 27 anos, John Venables foi preso por estar de posse de imagens pornográficas envolvendo menores (da mesma idade de James: dois anos). Ele próprio se declarou aliviado por retornar à cadeia.

Após a prisão, ele confessou ter distribuído mais de 42 fotos do gênero. Apenas foi condenado a dois anos. E, até onde eu sei, ele já está solto novamente. Espero que, pelo menos, não mate mais ninguém.

Esse é apenas um dos muitos casos de reincidência que existem pelo mundo, provando que, nem sempre os criminosos conseguem se regenerar ou os "portadores de distúrbios" conseguem se recuperar.

Em vista de uma situação dessa e relembrando tudo o que Champinha fez, como pensar na hipótese de torná-lo livre? Se atestarem que ele tem condições de se ressocializar, por que não o levam para passar alguns dias em casa e conviver com seus filhos? Será que teriam coragem?



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